quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Independência financeira, trabalho e qualidade de vida

Independência financeira, trabalho e qualidade de vidaVocê parou para pensar por que trabalha? O principal objetivo para a maioria das pessoas é obter uma renda suficiente para pagar as contas e, se possível, sobrar algum dinheiro para coisas supérfluas ou até mesmo investir esse dinheiro.
Existe, entretanto, uma minoria que trabalha simplesmente no que gosta, onde o objetivo não é gerar renda para se manter. Muitas vezes até ganham um bom dinheiro com esse trabalho, mas essas pessoas acumularam um patrimônio que gera riqueza suficiente para bancar as despesas. Essas pessoas são financeiramente independentes.
O objetivo deste artigo é mostrar a importância de três metas fundamentais na vida de qualquer pessoa: conquistar a independência financeira, trabalhar com prazer e buscar qualidade de vida.

Invista para trabalhar menos e ganhar mais

Quando escrevi o artigo ‘Invista para trabalhar menos e ganhar mais‘, mostrei que devemos trabalhar não apenas para obter uma receita para se manter. Devemos nos preocupar em investir esse dinheiro para gerar riqueza.
Dessa forma, a rentabilidade obtida com esses investimentos diminuirá mensalmente a dependência do salário, a ponto de suprir totalmente a necessidade mensal para manutenção. Nesse ponto, você não dependerá mais do dinheiro advindo do seu trabalho para viver, tendo então liberdade para fazer o que realmente lhe dá prazer

Gastar menos ou ganhar mais?

Existem duas formas de acelerar o processo para alcançar a independência financeira: gastar menos ou ganhar mais. Apesar de não ser fácil fazer essa opção, gastar menos é sem dúvida a alternativa mais rápida. Quanto menos precisamos para viver, menor será a necessidade de rendimentos dos nossos investimentos.
O grande problema é que erroneamente interpretamos aumentos de salário como possibilidade de aumentar o padrão de vida, comprar um carro novo, mudar-se para uma casa maior. E não como uma excelente oportunidade de antecipar a conquista da independência financeira.

Qual o significado da independência financeira?

Enquanto muitas pessoas pensam que independência financeira significa aposentadoria, eu acredito que ser financeiramente independente é ser livre. Ter liberdade para trabalhar exclusivamente com o que gostamos.
Sou formado em Ciência da Computação, tenho muito orgulho da minha profissão (por sinal, ontem foi o dia do profissional de informática) e ainda trabalho na área. Mas descobri que minha grande paixão é a educação financeira, meu objetivo desde então é conquistar minha independência financeira para trabalhar exclusivamente com isso.
Há uma belíssima frase de Confúcio (muitos devem conhecê-la), que resume brilhantemente esse objetivo:
“Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida”
Na minha opinião, essa frase é 100% verdade. Trabalho diariamente pelo menos 12 horas por dia. Nunca trabalhei tanto. E tenho muito prazer nisso. Porque não sinto que trabalho. Sinto que me divirto. E tenho certeza que é nisso que quero trabalhar por um bom tempo, pois ainda tenho muito a fazer.

Não se esqueça da qualidade de vida

Você já parou para pensar quanto tempo dedica ao trabalho? Vamos pensar num horário padrão, de 8:00 às 18:00. De cara já “perdemos” 10 horas do dia por conta do trabalho. Se considerarmos que precisamos de, no mínimo, 30 minutos para ir ao trabalho e mais 30 para retornar para casa (quem mora em cidade grande, sabe que apenas 30 minutos é irreal), dedicamos pelo menos 11 horas diariamente para o trabalho.
Se você considerar que uma boa noite de sono dura 8 horas, sobrariam apenas 5 horas para se dedicar à família, se divertir com os amigos ou praticar um hobby. Isso é muito pouco! E se o trabalho não lhe dá prazer, é ainda pior.
Mesmo quando trabalhamos no que nos dá satisfação, ainda assim temos que nos preocupar com a qualidade de vida.
Ser rico, na minha opinião, é viver com qualidade de vida e acumular paulatinamente um patrimônio que gere rendimentos cada vez maiores para que eu dependa cada vez menos da renda obtida através do meu trabalho.

Conclusão

Todos nós somos livres para fazer escolhas e ter os mais diversos objetivos. Mas, na minha opinião, três objetivos são essenciais:
1.     Independência financeira. Quanto menos dependermos do dinheiro, mais livres seremos.
2.     Gostar do trabalho. Quanto mais gostarmos do nosso trabalho, menor será a sensação de perda de tempo.
3.     Qualidade de vida. Aproveite seu tempo da melhor maneira possível, tentando sempre estar próximo às pessoas que realmente são importantes para você.
Por fim, sugiro a leitura do artigo ‘Qualidade de vida e educação financeira‘.

Executar é mais importante do que ter boas ideias?

ShutterstockNovos empreendedores digitais estão cada vez mais encantados com os princípios da “lean startup”, cujo ponto principal é desenvolver produtos e lançá-los rapidamente para o público testar e indicar as correções a serem feitas.
Tanto que um de seus principais ideólogos, o norte-americano Eric Ries, está fazendo uma turnê pelos EUA para lançar seu livro “The Lean Startup”. O que os atrai é a possibilidade de enxugar custos e validar as mudanças com os consumidores.
Mas será que priorizar a rápida execução conta mais do que desenvolver ideias? O empreendedor norte-americano Ryan Healy acha que não, e conta por que neste artigo que escreveu para o Young Entrepreneurs Council.
Neste ano que passou, o mundo da tecnologia esteve bastante obcecado com a ideia da “lean startup”, um conjunto de princípios idealizados por empreendedores como Steve Blank e Eric Ries. É um mapa para startups desenvolverem, testarem e redesenharem seus produtos até chegar ao que é perfeitamente adequado para as necessidades do mercado
A ideia central é ser ágil e capaz de mudar a qualquer momento – se o produto não pegar, pense em algo completamente novo. Não discuta o próximo passo, só mande ver e analise os resultados, afinal, diz a nova sabedoria que ninguém é esperto suficiente para desvendar o que o público quer.
No entanto, há vários perigos nessa nova maneira de construir um negócio. Não acho que ideias não interessem e que a execução seja tudo. Uma ideia ruim não vai vingar, mesmo que a execução seja perfeita, e mudar para uma nova ideia fraca não vai levar ao sucesso.
Ideias são essenciais: empreendedores estão criando o futuro e precisam pensar em como desenvolver produtos que ajudem as pessoas, resolvam problemas, criem valor e, acima de tudo, sejam modelos replicáveis e escaláveis.
O custo e o tempo de desenvolvimento de um novo produto caíram acentuadamente nos últimos anos. Isso não quer dizer que o prazo e o trabalho duro acerca de uma nova ideia para o modelo de negócio tenham diminuído. Ao contrário: como é bem mais fácil colocar novos produtos no mercado, as ideias por trás deles ficam muito mais importantes.
Todas as startups que têm uma boa equipe de engenheiros estão no mesmo nível, do ponto de vista técnico. Assim, o ingrediente secreto são ideias bem desenvolvidas, inovadoras, que rompem com padrões e mudam as regras do jogo, como o Groupon, o Living Social e o Kickstarter.
Esvaziar a importância da ideia por trás de um produto faz com que seja mais fácil desistir se ela não decolar imediatamente. A maioria dos grandes produtos não são adotados imediatamente em grande escala, só depois dos ajustes certos.
Minimizar o valor da ideia permite ao empreendedor pular a parte do trabalho duro quando algo não funciona perfeitamente. Se ela vai resolver um problema importante, é provável que resulte em um negócio de sucesso se você for persistente e tentar executá-la de um modo inovador.
Peneirar um milhão de variáveis para achar um modelo de negócio é a parte mais dura de empreender – estou agora mesmo no meio desse processo. Não há atalhos, por isso a metodologia da “lean startup” não deve ser usada como desculpa para desistir quando aparecem as dificuldades.
Essas ideias devem simplesmente providenciar uma estrutura para criar um negócio do zero. Lembre-se: uma ideia existe antes mesmo de você criar um negócio. E é ela – ou uma variação dela – que sustenta sua empresa.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Compramos mais por necessidade ou vaidade?


Compramos mais por necessidade ou vaidade?Por diversas vezes me fiz a pergunta que intitula este texto. Depois de ler um dos recentes textos do Navarro, “Sucesso, riqueza e bem estar: só iniciativa não basta para vencer!”, pensei um pouco mais sobre o assunto e resolvi atrever-me a escrever um artigo refletindo sobre a diferença de quando nós compramos por necessidade e de quando compramos simplesmente por vaidade.
Quem tem o celular mais moderno?
Há mais ou menos cincos anos, começou na turma da minha faculdade a “febre” de celulares[bb] multifunções. A cada semana chegava alguém com um aparelho de última geração, sempre fazendo questão de exibi-lo para o resto da turma. Dentre as muitas funções presentes nos novos aparelhos celulares (muitas vezes inúteis, diga-se de passagem), a tecnologia Bluetooth começava a popularizar-se – a “febre” tornou-se ainda mais evidente com a troca de arquivos e toques “descolados” entre os colegas, inclusive durante as aulas.
Certo dia, durante o intervalo, um colega veio mostrar-me seu novo celular e, depois de discorrer sobre as maravilhas tecnológicas do seu aparelho, ele disparou a seguinte pergunta, acompanhada de uma voz assoberbada: “Cadê o seu celular?”. Olhei para ele e, tirando o celular do bolso, respondi prontamente: “Aqui, está aqui” – e estiquei a mão com o aparelho em sua direção.
Lembro como se fosse hoje da cara de surpresa dele quando viu meu “antiquado” celular. “Puxa vida!” – exclamou ele – “...mas esse aí não tem nada” – continuou ele tentando disfarçar seu esnobismo. “Não!” – respondi enfático – “Tem apenas o essencial, que é fazer e receber ligações”.
Apesar de não ter gostado muito da minha resposta, nos dias seguintes meu colega continuou mostrando as novas funções que ele aprendia no celular. Por diversas vezes, ele tentou me convencer de que o celular “X” estava em promoção na loja “XPTO” e que eu poderia fazer como ele: parcelar o valor em 12 vezes sem juros no cartão. Eu preferia despistá-lo e mudar o rumo da conversa.
Quero usar ou esbanjar?
Embora tenha fascínio por tecnologia desde a infância, o celular é uma das coisas que nunca me atraiu e que só comprei quando precisei, por motivo de trabalho. Neste episódio com meu colega de faculdade, meu celular já era pré-histórico, admito. Por mais que seja difícil de acreditar, eu o utilizei por mais de seis anos e só o abandonei no mês retrasado, porque a bateria pifou e não segurava mais carga.
Nunca quis trocar de celular porque nunca vi necessidade pra isso, mas depois que o celular me deixou na mão várias vezes, não tive outra escolha e comecei a procurar por um novo modelo para comprar. Pesquisei vários modelos, preços e lojas diferentes. Antes de decidir por qual comprar, utilizei o poder das redes sociais para ter opiniões sobre qual seria o melhor aparelho.
Entre várias sugestões com valores estratosféricos, um modelo não tão caro destacou-se. Mesmo custando bem acima do que eu tinha planejado gastar, o custo/benefício do aparelho parecia ser realmente interessante. Foi dessa forma que comprei meu atual celular, um smartphone Samsung Galaxy[bb] 5.
Estou com o modelo novo há pouco mais de dois meses e, apesar das centenas de recursos que o aparelho oferece, eu ainda utilizo o celular apenas para duas coisas: fazer e receber ligações. Para não dizer que nunca utilizei outra coisa, uma vez usei o GPS integrado, “twittei” umas duas vezes e brinquei com o Angry Birds Rio enquanto esperava na fila do banco.
Depois e começar a escrever este texto, uma constatação invadiu minha cabeça: comprei um novo celular por necessidade, mas escolhi o atual modelo simplesmente por vaidade. Apesar de ter feito uma boa compra considerando o valor que paguei (à vista), eu não tinha a menor necessidade de pagar mais por uma centena de funções que quase nunca utilizo. Olhando lado “positivo” disso tudo, pelo menos terei um “aparelho da moda” por pelo menos um ano e que utilizarei quatro ou cinco vezes mais.
A expectativa da sociedade vai longe...
Essa história com o celular me faz refletir sobre outro momento semelhante, cuja pressão da sociedade incomoda: a compra do carro. Amigos e conhecidos sempre me questionam sobre quando irei comprar o meu carro, como se isso fosse tão simples como comprar uma jujuba no supermercado. Nem sempre eu digo, mas na minha cabeça a resposta já está formatada: “Comprarei quando realmente tiver necessidade ou condições de comprar um”.
Hoje, tenho uma moto Honda Titan 98 e gasto R$ 80,00 por mês com gasolina para ir trabalhar todos os dias e para viajar até Campinas uma vez por semana (curso de pós-graduação). Se tivesse que fazer esse mesmo percurso de carro o mês inteiro, o gasto com combustível e pedágio sairia na faixa de R$ 300,00 por mês, ou seja, quase quatro vezes mais.
Quem possui um carro, por mais popular que seja, sabe melhor do que eu quanto realmente custa ter e manter um carro. Esse valor de R$ 300,00 não é um chute, afinal eu pego emprestado o carro do meu pai para ir trabalhar e para frequentar a pós-graduação em Campinas quando está chovendo. Tenho ciência de quanto minhas despesas irão aumentar quando eu tomar a decisão de comprar um carro.
Por fim, gostaria de deixar bem claro que não estou dizendo que não devemos comprar celulares caros e que ter carro é coisa de louco. A questão é que, no meu caso, na minha atual situação financeira, a compra de um carro seria mais por vaidade do que por necessidade, como aconteceu com o celular. Eu não precisava do smartphone[bb]; eu não preciso de um carro agora.
Então você quer ter tudo?
Tenho ressalvas em relação às atitudes tomadas simplesmente para satisfazer a ânsia de status imposta pela sociedade, que “classifica” como “felizes” os possuidores de carros novos e celulares modernos, não interessando o tamanho da dívida feita neste sentido. Provavelmente, comprarei um carro quando tiver um filho – objetivo que eu e minha esposa planejamos para os próximos dois anos. Enquanto formos apenas nós dois, a moto atende nos atende muito bem.
O celular moderno eu já comprei e paguei, não tem volta. Mas suas lições ficaram marcadas e servirão como parâmetro para minhas futuras decisões; e geraram este texto que, sem pretensão alguma, pode também transformar as suas decisões ao lado de sua família.

Foto: arquivo pessoal.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011



MEI – Até onde vai o Limite da Gratuidade dos Serviços 

Relator minimiza polêmica sobre aviso prévio e diz que a lei é clara

Arnaldo Faria de Sá: “Algumas pessoas não souberam ler a lei”.
Relator do projeto que deu origem à nova Lei do Aviso Prévio (12.506/11), o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) minimizou as polêmicas sobre a aplicação da regra, que entrou em vigor nesta quinta-feira.
Arnaldo Faria de SáPela nova lei, o trabalhador com até um ano de emprego, que for demitido sem justa causa, tem direito a 30 dias de aviso prévio ou indenização correspondente. Esse tempo será aumentado em três dias para cada ano adicional de serviço, até o limite de 90 dias. Para receber três meses de salário, o empregado precisa ter 20 anos de contrato. Anteriormente, os trabalhadores tinham direito a 30 dias de aviso prévio, independentemente do tempo de serviço.
Questionamentos sobre a norma levaram o Ministério do Trabalho e Emprego a estudar a edição de uma portaria ou instrução normativa para regulamentar o texto e eliminar as dúvidas. Mas, na avaliação de Faria de Sá, a lei é clara. “Algumas pessoas não souberam ler a lei”, disse.
Retroatividade
As centrais sindicais querem que a nova regra possa ser aplicada para casos anteriores à lei e orientam os trabalhadores a buscar o direito na Justiça, porém o deputado entende que a norma não tem como retroagir. “Não existe essa abertura para retroatividade”, afirmou.
Outro ponto de questionamento é se a lei também valerá para o empregador, que teria direito a um aviso prévio maior que os 30 dias atuais se o funcionário pedir demissão. Para Faria de Sá, está explícito que o benefício só existe para o empregado demitido sem justa causa, e não para o empregador.
“O texto da lei é claro, fala de aviso prévio aos empregados, fala de prestação de serviço. Quem presta serviço é o trabalhador, não a empresa. Não há duvida de que a norma só se aplica aos empregados”, argumentou.

Reportagem – Carol Siqueira 

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Cinco dicas para transformar a sua ideia em realidade


shutterstockNem sempre grandes ideias dão origem a grandes negócios. Mas, com certeza, você nunca vai saber disso se não pesquisar bastante ou se não colocar esses projetos em prática. O site da revista Inc. reuniu dicas para você dar vida a uma grande idea. São bem práticas e simples e o ajudarão a sair do empreendedorismo meramente platônico. Confiram:
1) Não pense demais
Pode ser um pouco contraditório, mas não gaste muito tempo falando e falando sobre sua ideia para um produto ou serviço. Crie, ouça opiniões, estude o mercado e faça tudo isso rápido. Não fique sentado adiando o momento de lançar sua ideia.
2) Não tenha medo de compartilhar
Peça o máximo de opiniões sobre seu projeto. Muitas vezes, as pessoas não pedem feedback temendo que suas ideias não sejam realmente muito boas. Mas seja criterioso sobre seu interlocutor e sempre busque ajuda especializada.
3) Não tente agradar todo mundo
Quando você pede a opinião de várias pessoas, elas podem ser dissonantes. Portanto, tome as decisões que realmente vão ser melhor para sua ideia, e não para ser para ganhar a faixa de Miss Simpatia.
4) Não tente fazer mais do que você pode
Se precisar mostrar um conceito mais bruto da sua ideia para clientes e investidores, como um protótipo, não tente fazer algo complicado e cheio de aplicações que não funcionarão na hora. Tente realmente mostrar em que estágio você está – e faça com que ele funcione direitinho e não o faça passar vergonha.
5) Saiba quando mudar de rumo
Ao avaliar a sua ideia constantemente – nas fases de projeto, protótipo, lançamento etc. –, você tem mais chances de descobrir quando ela realmente não vai dar certo. Se isso acontecer, faça as mudanças necessárias para que ela se torne realidade ou simplesmente desista e passe para outra. Quem percebe isso tem mais chance de sucesso.

Simulação indica novos valores para aviso prévio

Dilma Rousseff sanciona lei que prevê pagamento por até 90 dias, a depender do tempo de serviço na empresa

Quem for dispensado após dois anos e ganha R$ 1.000 terá direito a receber R$ 1.200; antes, eram R$ 1.000


DO "AGORA"

Os trabalhadores demitidos sem justa causa serão beneficiados pela nova regra do aviso prévio, que, a partir de hoje, será de até 90 dias, dependendo do tempo de empresa do funcionário.
Quem foi dispensado após dois anos de empresa e que ganha, por mês, R$ 1.000, por exemplo, terá direito a receber R$ 1.200 referentes ao aviso prévio. Antes, ele receberia R$ 1.000 (equivalentes a 30 dias de trabalho).
Já um funcionário que foi demitido após 20 anos de empresa e que ganha, por mês, R$ 3.000 receberá R$ 9.000 pela nova regra. O valor anterior era de R$ 3.000.
Os cálculos foram feitos pelo professor da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e advogado Marcel Cordeiro, do escritório Salusse Marangoni Advogados.
A nova lei, sancionada nesta semana pela presidente Dilma Rousseff, determina que seja mantido o prazo atual de 30 dias de aviso prévio, com o acréscimo de três dias por ano trabalhado, podendo chegar ao limite de 90 dias (60 mais os 30 atuais). Segundo o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), relator do projeto de lei do aviso prévio proporcional na Câmara, a medida não será válida para os trabalhadores que pedirem demissão.
Mas, como a questão não está clara, as empresas deverão contestar a regra na Justiça. Para a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a mesma regra deverá valer para quem pedir demissão.


Como estimar os gastos iniciais da sua startup?

Shutterstock

O relato é comum a muitos empreendedores: um cálculo inicial mostra quanto será necessário para começar um negócio. O dinheiro vem de economias, familiares e amigos. O empreendimento começa e, meses depois, o caixa já está no vermelho. Um motivo muito provável: a projeção da necessidade de capital de giro e de investimento inicial estava errada.


Calcular o aporte para começar uma empresa não é tarefa fácil – e é uma etapa crucial para economizar em analgésico depois. Pensando nisso, o colunista da Entrepreneur Tim Berry indicou três passos que podem ajudar o empreendedor a fazer um planejamento mais estruturado dos custos da sua startup. Confira.
Liste os gastos com ativos. Enumere todos os equipamentos e móveis de que seu negócio vai precisar no longo prazo. Se você vai abrir uma loja, precisará de prateleiras, mesas, caixas registradoras. Se é uma empresa de design, terá de comprar computadores e impressoras. Estoque e matéria-prima também entram nessa conta. Todos esses itens compõem o seu ativo inicial. Para cada elemento nessa lista, faça uma estimativa dos custos. Caso seja necessário, pesquise preços.
Liste as despesas em geral. Nem todos os gastos serão com ativos. Para abrir uma empresa, haverá a necessidade de pagar contadores e advogados. Também será preciso contratar um webdesigner, arrumar o escritório e pagar os primeiros salários e os benefícios dos empregados. Aluguel, água, luz, telefone e internet também devem ser contabilizados. Faça uma estimativa das despesas por mês.
Determine o valor necessário para começar. Essa é a peça final no quebra-cabeça. É preciso saber quanto dinheiro você precisará ter no banco nos primeiros meses de funcionamento da empresa, enquanto a startup está se estabelecendo e não gera receita suficiente para cobrir todas as despesas. Uma maneira de saber esse valor é estimar as vendas nos 12 primeiros meses, o custo dessas vendas e as demais despesas. Subtraia os gastos dessa receita projetada em cada mês e veja se faltará dinheiro no caixa. Com esse mesmo planejamento, você poderá calcular quando irá atingir o ponto de equilíbrio.
Você utilizou esse método para calcular os gastos iniciais da sua empresa? Como foi a sua experiência, empreendedor?

Novo aviso prévio entra em vigor e gera dúvidas

Presidente sanciona, sem vetos, texto que tramitava desde 1989

Sanção, porém, não resolve lacuna sobre se o benefício será retroativo a demitidos nos últimos dois anos


DE BRASÍLIA

Passa a valer amanhã a lei que amplia o aviso prévio dos atuais 30 para até 90 dias. O texto aprovado pela Câmara dos Deputados foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff sem vetos e será publicado no "Diário Oficial da União" de amanhã, sem necessidade de qualquer regulamentação adicional.
Os trabalhadores passam, portanto, a ter direito a três dias extras de aviso prévio por ano trabalhado, até o limite de 90 dias. A sanção presidencial não resolveu a lacuna do texto que diz respeito a se o benefício será retroativo aos trabalhadores demitidos nos últimos dois anos.
O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), diz que a lei tem efeito retroativo, já que dois anos é o prazo permitido para pleitear qualquer direito trabalhista.
"Nossa orientação é que isso seja feito para os trabalhadores dispensados de dois anos para cá", afirmou ele, desde a votação na Câmara.

DEBATE
Advogados trabalhistas, entretanto, discordam. "Eu considero que não há espaço para pedir indenização retroativa", diz Eli Alves da Silva, presidente da Comissão de Direito Trabalhista da OAB-SP (a seção de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil). "Esse direito não existia na Justiça brasileira até hoje [ontem]."
A avaliação do professor de direito da USP Otávio Pinto e Silva é semelhante: "De acordo com a Constituição, quando uma lei nova entra em vigor, ela não pode afetar um ato que já aconteceu, que já se confirmou. Ela [a nova lei] não atinge os atos já praticados de acordo com a lei que vigorava anteriormente".
O novo prazo vale quando o trabalhador for demitido, mas poderá ser exigido pela empresa se o funcionário pedir para sair. Antes da mudança, por acordo entre as partes, as empresas dispensavam o trabalhador do cumprimento do aviso prévio. Para ter direito aos 90 dias o trabalhador terá que ter trabalhado pelo menos 20 anos na mesma empresa.
De acordo com o Ministério do Trabalho, a lei vale para todos os trabalhadores que estão na ativa e têm carteira assinada. A proposta, que regulamenta a Constituição Federal, foi votada pelo Senado em 1989, mas estava parada na Câmara desde 1995. Entrou em votação na Câmara por uma pressão do Supremo Tribunal Federal. Os ministros do STF avisaram o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), que iriam retomar o julgamento sobre o assunto em outubro na Corte.
Eles afirmaram que, depois de uma decisão do tribunal, que definiria os critérios de proporcionalidade do aviso prévio, ficaria difícil para a Câmara regulamentar o tema de forma diversa.


terça-feira, 11 de outubro de 2011

Faltam contadores para atender o mercado

Atualmente há no País cerca de 500 mil profissionais inscritos no conselho da categoria; segundo especialista, se o número fosse 50% maior ainda assim todos estariam empregados
Profissionais de contabilidade estão entre os mais disputados do mercado brasileiro. Mas não é só no Brasil. A demanda por estes profissionais é tão grande que vários países, entre eles a Austrália, Espanha, Estados Unidos e a Coréia do Sul, estão importando profissionais para trabalharem em suas empresas. ''Só a Austrália abriu duas mil vagas para profissionais da contabilidade de fora do país'', diz o professor e doutor em contabilidade da Universidade de São Paulo (USP) José Carlos Marion.

Hoje no Brasil existem cerca de mil cursos de contabilidade. Apenas administração tem mais cursos no País. E ainda há mercado para muitos mais. Segundo Marion, que esteve na quarta-feira proferindo uma palestra durante a Semana de Estudos Contábeis promovida pela Universidade Estadual Norte do Paraná, com o apoio do Sescap-Ldr, há no Brasil 500 mil contadores inscritos no Conselho Federal de Contabilidade. Mas, conforme Marion, se este número fosse 50% maior, ainda assim todos estariam empregados. ''É um dos cursos universitários com maior empregabilidade do mercado. É raríssimo encontrar um contador desempregado'', comenta Marion.

A valorização do profissional de contabilidade aumentou significativamente apartir do crescimento do mercado e do aparecimento de novas tecnologias queexigem um profissional cada vez mais qualificado para a função. ''Há um bom tempo o contador deixou de ser o ''guarda-livros''. Hoje ele é um consultor empresarial e dos mais requisitados. E o motivo é evidente. É o contador que dispõe de todos os números da empresa. Portanto, na hora de ampliar o negócio, redirecionar o posicionamento da empresa, decidir se é o momento de abrir filiais ou não, o empresário é assessorado pelo contador'', explica o presidente do Sindicato das Empresas de Consultoria, Assessoria, Perícias e Contabilidade de Londrina - Sescap-Ldr, Marcelo Odetto Esquiante.

O professor José Carlos Marion dá outros números que reforçam esta procura por profissionais da contabilidade. Segundo ele, duas disciplinas são as que mais reprovam candidatos em concursos públicos: língua portuguesa e contabilidade. Ou seja, o contador leva certa vantagem sobre os demais concorrentes nestes concursos.

''O profissional de contabilidade não trabalha apenas a organização dos números da empresa. Até recentemente, todas as empresas com faturamento superior a R$ 300 milhões/ano, eram obrigadas a realizar auditorias internas e externas. Com o crescimento econômico, já são mais de dez mil empresas com esse faturamento no Brasil. E este trabalho é executado por contadores'', explica Marion.

Outro fator que está mudando este mercado é a implantação do Padrão Internacional de Contabilidade por vários países. O objetivo é harmonizar as regras para que todas as empresas apresentem números claros em seus balanços sendo entendidos independentemente do país de origem.

Os países da União Européia deram início a implantação das normas internacionais em 2003 e os Estados Unidos prevêem que até 2014 também estarão adequados às normas. No Brasil todas as empresas de capital aberto já são obrigadas a seguir as novas regras. No setor público as normas devem ser implantadas até o final do próximo ano. ''É um novo mercado. É a globalização da contabilidade e dos profissionais da contabilidade'', comenta o presidente do Sescap-Ldr, Marcelo Esquiante.

Fonte: Sindicato das Empresas de Consultoria, Assessoria, Perícias e Contabilidade de Londrina - Sescap-Ldr

Estratégias de sucesso

Por Jacilio Saraiva | Para o Valor, de São Paulo

A inovação não cabe numa caixa. Além de desenvolver produtos inovadores, empresas de todos os portes planejam novos serviços, montam estratégias para envolver os funcionários em um fluxo constante de produção e criam processos inéditos para a distribuição de mercadorias. De acordo com especialistas, é preciso ouvir clientes e fornecedores para fazer da busca pelo novo uma tarefa diária. E, nessa empreitada, algumas companhias já destinam até 50% do faturamento anual em pesquisa e desenvolvimento.
"A inovação é um fator fundamental para que as organizações aumentem a competitividade", afirma Luiz Barretto, presidente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-Nacional). "E quando falamos em inovação, não é só investir em tecnologia, mas em métodos e processos."

Em São José dos Campos (SP), a Altave buscou diferenciação ao criar um novo produto para o mercado de telecomunicações. A novidade é um balão, de hidrogênio ou hélio, que pode levar sinal de celular para áreas rurais remotas, grandes eventos ou regiões atingidas por desastres naturais.
"Já temos um cliente no Nordeste e estamos em negociação com companhias de São Paulo e do Rio de Janeiro", diz o engenheiro aeronáutico Leonardo Nogueira, sócio da empresa fundada no início do ano. "Há interessados também na Guiana Francesa e nos Estados Unidos."
Com sete funcionários e estimativa de investir até 50% do faturamento do primeiro ano de atividades em pesquisas, a receita da Altave para inovar é criar soluções simples que possam resolver problemas tanto no Brasil quanto no exterior.
"O balão é uma alternativa flexível porque suporta diferentes equipamentos eletrônicos, pode ser usado em vários cenários e é de rápida instalação."
Segundo Nogueira, entre os fatores fundamentais para a entrada da inovação na empresa foi o local escolhido para a sede. Além de conhecido polo aeroespacial, a cidade de São José dos Campos abriga o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), de onde vem a maioria dos funcionários, inclusive os sócios da companhia.
"Todos aqui podem propor novas maneiras de fazer, vender ou operar", afirma. "Já iniciamos estudos para criar outra solução que poderá substituir os satélites em algumas aplicações", Leonardo Nogueira.
Para Guilherme Ary Plonski, presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), as empresas podem abraçar a inovação independentemente do porte de seus negócios. "Mas é preciso capacitar os colaboradores em gestão da inovação e criar times especiais", diz.
Na Editora Moderna, de títulos didáticos e de literatura, todos os 600 funcionários são motivados a manter a "cultura inovadora" em suas rotinas. "A partir de 2007, sistematizamos a busca pela inovação como parte do trabalho diário", afirma o diretor de marketing Miguel Thompson. "Com ajuda de uma consultoria, um grupo multidisciplinar de gestores foi organizado para registrar as primeiras ideias."
Em 2009, a empresa criou um prêmio para reconhecer funcionários com sugestões inovadoras em produtos, serviços e processos. Na primeira edição do concurso, quatro dos 21 projetos apresentados foram premiados e um deles estimulou o desenvolvimento de uma nova coleção de livros didáticos, lançada em 2010. Com recursos digitais, a série Moderna Plus cobre desde a educação infantil até o ensino médio.
No ano passado, a competição da editora recebeu mais de 30 projetos, de 80 colaboradores. 20% dos trabalhos apresentados até hoje já foram aproveitados. "Para inovar, a empresa deve abrir espaço para que as ideias partam de todos os funcionários, sem distinção de cargo", ensina Thompson. "Os projetos não devem contar com intermediários ou passar pelo crivo dos chefes. O objetivo é compartilhar", observa ele.
Segundo Bruno Rondani, diretor do Centro de Open Innovation Brasil (Coi-Br), associação criada para disseminar conhecimentos sobre inovação, a prática não pode depender de uma ou duas pessoas geniais nas organizações, destinados a produzir diretrizes para o futuro da empresa. "A inovação é um processo interativo e aberto. Os projetos surgem de qualquer lugar e as competências, infraestrutura e o conhecimento para desenvolvê-los também podem estar fora da companhia", afirma.
Para o especialista, as empresas podem conseguir uma maior colaboração dos funcionários dando evidências de que a inovação é uma prioridade da direção. "Não adianta implantar programas de inovação se a companhia pressiona o quadro para a entrega de resultados a curto prazo", avisa.
"O que importa não é o tamanho do negócio, mas a importância que se dá à inovação como fonte relevante de desempenho, competitividade e receitas futuras", avalia Bruno Rondani.


10 erros que as empresas jovens cometem

ShutterstockQuando um negócio recém-criado começa finalmente a deslanchar, a ideia de que ele já deu certo é uma conclusão bastante atraente e confortável. Mas é um erro. Apenas mais um dos vários erros que os líderes de negócios nascentes e em ascensão costumam cometer.
Tanto a criação de uma empresa quanto os primeiros momentos rumo ao seu sucesso exigem uma série de cuidados e, mais do que isso, uma tranquila e despretensiosa humildade, o que inclui desde compartilhar as decisões com as pessoas ao seu redor até a simples atitude de admitir um erro.

O consultor especializado em startups Martin Zwilling, colunista do site da revista Forbes, preparou para a publicação um guia com os 10 erros mais comuns que nota entre as centenas de jovens empresas que já assessorou. Veja as dicas dele:
1. Esperar que a companhia cresça antes de formalizá-la. A dica foi dada em uma publicação norte-americana, o que mostra que não é só no Brasil que a formalização é um problema entre negócios iniciantes. E, mais do que isso, uma solução que deve ser garantida também. Nos Estados Unidos, ressalta Zwilling, o principal entrave está no embaralho legal e financeiro entre decidir se o registro, de início, deve ser feito como uma sociedade anônima ou uma companhia limitada. No Brasil, passa pela burocracia e a carga tributária que vêm junto com a regularização. Ainda assim, as indicações são as mesmas: a regularização é o primeiro passo a mostrar a todos que você é sério. O processo de formalização também força o empresário a registrar um nome para o empreendimento, e lhe garante uma série de seguranças legais, como a de propriedade intelectual.
2. Confiar em acordos informais. É mais ou menos o que os dois colegas de faculdade Mark Zuckeberg e Eduardo Saverin fizeram quando, ainda estudantes de Harvard, lançaram o Facebook: deixar para depois a parte de contratos formais. O resultado – um longo processo de Saverin contra Zuckeberg, exigindo mais tarde sua participação nos ganhos da companhia –, é mais comum do que se imagina. Esse problema pode e deve ser evitado com a formalização dos contratos e a definição da participação de cada sócio logo no início da empresa.
3. Contratar rapidamente, demitir devagar. Um erro comum entre as jovens companhias de crescimento rápido é sair desesperada e estabanadamente atrás de novos funcionários. Isso, no entanto, não raramente desemboca em outro problema comum: a baixa produtividade desse funcionário, e a dificuldade em mandá-lo embora depois. Para evitar isso, em primeiro lugar, é necessário contratar bem: a lição de casa passa por uma descrição clara do que a vaga exige e uma boa pesquisa acerca dos candidatos antes de pular direto para as entrevistas.  Se isso não for bem-feito, a probabilidade de o novo funcionário não ser exatamente o que a empresa precisa e, assim, ter um baixo rendimento é grande; o que implica custos mais altos para mantê-lo.
4. Contratar pessoas que gostam de você. Ser bajulado é bem legal, mas não necessariamente paga as contas. Alguns executivos têm essa ideia de misturar negócios com diversão e levar relacionamentos pessoais para dentro do escritório. Mas vale ter como regra antes escolher os seus empregados antes por critérios profissionais do que por amizade.
5. Subestimar as necessidades financeiras. Refaça mais de uma vez as contas de quanto dinheiro será necessário para fundar e dar os primeiros passos de seu negócio.  Você pode ficar surpreso, depois, com a quantidade de detalhes que esqueceu e com a rapidez com que o dinheiro escorre. Um fluxo de caixa defasado é um erro grande, e que pode não ser recuperável. Em caso como esses, em que o cobertor fica mais curto do que o frio que se calculou, há sempre a possibilidade de pegar empréstimos para cobrir o rombo, mas eles muito provavelmente serão caros também. O melhor mesmo é planejar de forma a não precisar deles.
6. Deixar que os contadores cuidem dos gastos. Diversos empresários julgam que a prioridade, no início de um negócio, é zelar pelos produtos e pelos clientes. Na verdade, a tarefa mais importante é ter todos os gastos na ponta do lápis e reduzi-los ao máximo até que o negócio tenha de fato deslanchado. Não delegue essa tarefa a ninguém. O trunfo é fazer um orçamento apertado e conseguir ainda gastar menos do que ele prevê. O resultado de um orçamento estourado não afeta apenas o crescimento da empresa, mas também a credibilidade com fornecedores, clientes e possíveis investidores.
7. Tomar as decisões sozinho. Ao mesmo tempo em que é importante ter o controle de tudo o que está acontecendo, é necessário também saber dosar a centralização. Deixar a cargo de si mesmo todas as decisões é um grande e recorrente erro. Para uma empresa crescer, a equipe se verá obrigada a crescer também, e, com isso, as decisões deverão naturalmente se pulverizar. Um empreendimento inteligente contrata tomadores de decisão, e não meros funcionários. É bom ter, inclusive, uma pessoa com afinidade, mas também com contrapontos a suas ideias, desde a concepção do projeto, com quem possa compartilhá-lo. Resista à tentação de fazer as coisas sozinho e apenas ao seu modo.
8. Definir uma estratégia congelada. Admita que o seu plano inicial pode dar errado. A maioria das startups acaba, alguma hora, tendo que refinar e rever suas estratégias de mercado em vários momentos. Então esteja alerta e seja flexível – inclusive porque há uma série de fatores externos que podem surgir sem licença; seja uma recessão econômica, um novo competidor ou uma mudança súbita de mercado. Uma sugestão é agendar reuniões mensais para rediscutir frequentemente o plano de estratégia. E não deixe também de manter a equipe informada sobre as mudanças, já que a falta disso pode parecer desorganização e falta de metas.
9. Deixar que as crises diárias tirem-no do negócio central. Saber distinguir as tarefas mais importantes e se concentrar nelas exige prática e esforço. Por “mais importante”, entenda: acompanhar o mercado, o atendimento aos clientes, a contenção de custos e a batalha com os competidores. É importante saber também os momentos de delegar tarefas, dialogar com a equipe e mesmo de descansar. Se você se deixar levar pelos pequenos problemas diários, perderá as prioridades do foco. Trabalhar individualmente e centralizar todas as tarefas é uma boa medida naquela fase bem inicial, em que o projeto ainda está sendo criado e erguido, e em que o fundador inevitavelmente se torna sua principal peça. Mas essa centralização deve evoluir aos poucos para uma forma mais coletiva de se pensar
10. Ignorar os erros. O maior erro dos donos de jovens negócios é deixar de aprender com os erros – os dos outros e os próprios. As pessoas mais sábias admitem logo que erraram e mudam imediatamente o foco de culpar a situação para aprender com ela.  A verdade é que o erro é uma parte inevitável de qualquer negócio de sucesso.  Frente a isso, a melhor coisa a fazer é torná-los aliados e aprender com eles. O único equívoco imperdoável é repetir os mesmos erros. A grande conclusão, por fim, é que tentar e não dar certo é melhor do que não tentar. E, para que um negócio cresça e tenha sucesso, não tentar não é uma opção.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Orçamento – Como calcular o custo médio mensal de seu carro – Parte 2/2


Orçamento – Como calcular o custo médio mensal de seu carro – Parte 2/2No artigo anterior, “Orçamento – Como calcular o custo médio mensal de seu carro – Parte 1/2", foi apresentado um método de cálculo dos gastos relativos a possuir um carro com o auxílio de uma planilha em Excel, disponibilizada para download gratuitamente. Se você ainda não tem o arquivo, clique aqui para realizar o download.
A partir de tal conhecimento, avançaremos na questão incorporando o custo médio mensal, calculado com auxílio da planilha, em uma análise de fluxo de caixa. Esse ferramental nos permitirá extrair conclusões muito importantes para as suas finanças pessoais.
Para uma melhor compreensão de como inserir o custo médio mensal de um carro em um fluxo de caixa de forma a planejar o orçamento doméstico, elaborei um vídeo que esclarece exatamente essa questão. Assista-o logo abaixo, e em seguida lançarei algumas questões para que você reflita sobre o assunto.
Utilizando-se do fluxo de caixa planejado para analisar as despesas relativas a possuir um carro, como exposto no vídeo, nota-se que é possível se prevenir contra alguns gastos significativos e que acabam por endividar boa parte da população que anda sobre quatro rodas.
Gostaria de destacar que os custos de se ter um carro ainda podem ser maiores se considerarmos outros dois fatores: depreciação e custo de oportunidade. Apesar de ambos não influenciarem diretamente o fluxo de caixa, também devem ser encarados como um custo.
A depreciação diz respeito ao valor do carro, que diminui ao longo do tempo, causando uma perda em seu patrimônio. Já o custo de oportunidade significa que o dinheiro da compra (à vista ou parcelada) poderia ser investido e você está deixando de ganhar juros com isso.
Outra questão pertinente quando se compara as situações de ter ou não um carro é considerar na análise alguns custos relativos à opção de não ter o carro. Dependendo da situação de cada pessoa, não ter um carro significa:
§ Despesas com ônibus, trem, metrô, taxi etc;
§ Diminuição da agilidade de locomoção, implicando em desperdício de tempo (e isso também é um custo);
§ Diminuição no bem estar, que poderá ser transformado em valor monetário à medida que se pense: “quanto estou disposto(a) a pagar pela conveniência de ter um carro?”.
O que estou querendo dizer é que não ter um carro não significa que seus custos serão zero com transporte. Existem os custos que impactam diretamente o fluxo de caixa (ônibus, metrô etc.) e aqueles relativos a cada pessoa (desperdício de tempo, diminuição do bem estar etc.).
Para concluir, lanço algumas questões para que você reflita e aprimore sua percepção financeira:
1.    No momento de tomar a decisão entre comprar ou não um carro (ou decidir qual modelo escolher), as despesas médias mensais influenciavam na sua escolha? Depois de ler esse artigo, essa questão passará a influenciá-lo?
2.    Tente lembrar quantas pessoas você já conheceu, ao longo de sua vida, que fizeram um sacrifício imenso para ter o primeiro carro, ganharam os parabéns de toda a família pela “nova conquista”, mas geralmente ficaram com o carro parado na garagem por falta de dinheiro para colocar combustível, além do receio em sair por não ter dinheiro para pagar um seguro?
3.    Ainda com relação à pergunta anterior, você acredita que o fato dessas pessoas não tomarem uma decisão técnica ao comprar seu primeiro carro, se deve, principalmente, a que fator: falta de conhecimento financeiro ou devido à emoção se sobressair à razão?
4.    O que é mais difícil: ter disciplina suficiente para guardar dinheiro todo mês para fazer frente à despesas futuras ou a angústia de ver aumentar suas dívidas toda vez que o carro dá alguma despesa?
Pense bem nessas questões, pois refletir é uma das melhores maneiras de exercitar sua inteligência financeira. Isso porque, a partir de uma opinião mais sólida sobre dinheiro, será mais fácil mudar a maneira como você lida com ele e toma suas decisões financeiras.
Boa sorte em suas finanças e vida pessoal. Até a próxima!

Foto de sxc.hu.

Quanto tempo o tempo tem?

shutterstock_3238803A sensação de aceleração do tempo aumenta ainda mais nessa época de final do ano. Todos querem aproveitar os últimos meses de 2011 para concluir as metas propostas tanto na vida pessoal quanto na profissional até o esperado dia 31 de dezembro. Mas como controlar o seu tempo diante de tantos afazeres?
Em um dia de trabalho, empreendedores são interrompidos a todo o instante por problemas e dúvidas de funcionários e colaboradores, ligações de clientes, e-mails que lotam a caixa de entrada e mensagens nos celulares. Diante de tudo isso, é difícil se concentrar e entregar todos os projetos a tempo.
Para evitar o estresse, é importante separar cerca de 30 minutos para colocar no papel todos os compromissos, com datas e horários de entrega. Isso permite ao empreendedor visualizar em uma planilha os seus deveres no longo prazo. Além disso, é válido acrescentar ao lado de cada tarefa um grau de importância as atividades. Os projetos mais trabalhosos e com chances de maiores resultados merecem destaque e atenção. Para não perder o foco nas atividades, é interessante colocar um tempo máximo para a realização de cada um dos afazeres.
Saber dizer “não” também é fundamental para que de tempo de realizar todos os compromissos. Negar um pedido muitas vezes é necessário para que se obtenha total concentração na realização das atividades previamente agendadas. É essencial manter a calma. Esbravejar e se irritar com a quantidade de tarefas diante do pouco tempo será estressante e, com certeza, atrasará ainda mais a realização das atividades.
Afinal, como já dizia o famoso trava-línguas infantil, o tempo não pode parar, nem que seja por um segundo: “O tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu pro tempo que não tinha tempo pra falar pro tempo quanto tempo o tempo tem”.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Orçamento – Como calcular o custo médio mensal de seu carro – Parte 1/2


Orçamento - Como calcular o custo médio mensal de seu carro - Parte 1/2Uma das práticas administrativas mais importantes, em se tratando de controle financeiro, é a construção de uma boa planilha de fluxo de caixa. Compreender, portanto, como essa ferramenta pode auxiliar no bom andamento de suas finanças pessoais é essencial.
Basicamente, o fluxo de caixa permite controlar suas entradas e saídas de dinheiro (diariamente, semanalmente e por ai vai), tendo grande utilidade no planejamento financeiro. O fluxo de caixa oferece visibilidade para o futuro e permite analisar melhor o passado.
Para maiores detalhes sobre o assunto, sugiro os seguintes artigos que já publiquei: “Entenda o Balanço Patrimonial e o Fluxo de Caixa”, onde explico a diferença entre ambos e “O segredo do sucesso financeiro”, que demonstra como o fluxo de caixa tem papel fundamental na construção de riqueza.
Quanto custa ter um carro?
Nesse contexto, o objetivo do presente artigo é apresentar um método que permite considerar as despesas relativas a um carro dentro de uma planilha de fluxo de caixa. A aquisição de tal competência técnica permitirá:
  • Auxiliar na tomada de decisão quanto à compra ou não de um carro;
  • Melhorar a análise das variáveis importantes na compra de um veículo;
  • Auxiliar no planejamento financeiro de forma a prevenir situações de endividamento devido a gastos com o carro.
Para que esse objetivo seja alcançado, um roteiro simples será seguido neste artigo. Primeiro, serão descritos 3 passos para que se possa calcular a despesa média mensal de um carro. Depois, esses 3 passos serão usados com o auxílio de uma planilha, disponibilizada gratuitamente para download. Finalmente, com o valor da despesa média mensal em mãos, será apresentado um vídeo demonstrando como incorporar esses gastos dentro de uma abordagem de fluxo de caixa:
Cálculo da despesa média mensal do seu carro em apenas 3 passos
O que será exposto a partir de agora é útil tanto para quem já possui um carro como para aqueles que pretendem comprar um veículo, sendo essa compra (ou intenção de compra) à vista ou financiada. Faça o download da planilha “Despesas Médias Mensais do seu Carro”, em Excel, e siga os passos abaixo para seu correto preenchimento. Obs: complete com valores apenas as células em azul.
Planilha ExcelPlanilha de Controle e Simulação de Despesas Mensais com o Carro - Criada pelo Prof. Elisson de Andrade, esta planilha permite o controle de todas as despesas relacionadas ao seu carro e ajuda a avaliar quanto, além do valor do próprio veículo, você precisará ter para mantê-lo em sua garagem.
Passo 1. Calcular a quilometragem média mensal e o consumo de combustível
Uma primeira informação para alimentar a planilha é saber quantos quilômetros se percorre (ou pretende percorrer), em média, por mês. Isso porque pessoas que andam mais com o carro certamente terão maiores despesas.
Uma sugestão de como proceder é zerar o marcador de quilometragem do carro e verificar, depois de uma semana, a distância percorrida. Com esse número em mãos, basta multiplicá-lo por quatro para obter uma estimativa da quilometragem percorrida por mês.
Porém, independentemente da forma desejada de medir essa variável, cabe salientar que quanto pior for esse cálculo, menos útil será o resultado final oferecido pela planilha, pois seus resultados não irão condizer com a realidade.
Com relação ao consumo de combustível, muitos motoristas sabem quantos quilômetros seu carro percorre com um litro. Porém, boa parcela das pessoas que possuem carro, ou querem ter um, não tem ideia desse valor. Cabe aqui uma breve explicação de como obter esse número:
  1. Complete o tanque do carro e zere o marcador de quilometragem;
  2. Depois de alguns dias, em que o tanque estiver novamente próximo à reserva, complete-o novamente e anote quantos litros foram colocados no abastecimento;
  3. Por fim, basta dividir a distância percorrida pelo carro durante esse tempo pelo volume de combustível abastecido.
O resultado será expresso conforme exemplo: 10 quilômetros por litro. Esse valor que será usado na planilha. Para aqueles que estiverem apenas na intenção de comprar um carro, uma saída é perguntar ao vendedor ou a um especialista. Por último, basta pesquisar o preço por litro do combustível utilizado no carro em um posto de gasolina.
Passo 2. Levantamento das despesas fixas (que não dependem da quilometragem)
Muitas despesas relativas a um carro não dependem da quilometragem. No arquivo em Excel de “Despesas Médias Mensais”, preencha os itens das despesas fixas em valores anuais. Isso significa, por exemplo: somar o valor total pago pelo seguro do carro e IPVA em dado ano, multiplicar por 12 a mensalidade do estacionamento e gastos mensais com pedágio e assim por diante.
Muito interessante também seria incorporar no item “OUTROS” uma expectativa de gastos com pequenos reparos, pagamento de franquias em caso de acionamento do seguro, eventuais multas de trânsito, dentre outros. Como são eventos incertos, é difícil chegar a um valor exato. Sugestão: dependendo do veículo, considerar um gasto estimado entre R$ 50,00 e R$ 200,00 por mês pode ser interessante.
Atenção especial ao preenchimento da “Parcela do Financiamento”. Seu valor já nos é informado ao mês, devendo ser inserido desta forma na planilha, sem transformação alguma. Para compras à vista, esse valor será zero.
Passo 3. Levantamento das despesas variáveis (que dependem da quilometragem)
Algumas despesas dependem da quilometragem, significando que quanto mais se usa o carro, maiores elas serão. A mais óbvia é o gasto com combustível. Na planilha, esse valor já aparece automaticamente, não sendo necessário seu preenchimento. As demais despesas variáveis, como troca de óleo, alinhamento, balanceamento, amortecedores e etc. necessitam ser informadas na planilha. Tais informações se referem a:
  • Quilometragem (km) em que ocorre a despesa. É necessário pesquisar os dados referentes ao seu carro, conforme os exemplos a seguir: a troca de óleo deverá ser feita a cada X quilômetros; a troca dos pneus a cada Y quilômetros; troca dos amortecedores a cada Z quilômetros etc. Tomando-se esses exemplos, os valores de X, Y e Z é que deverão ser preenchidos na planilha;
  • Valor do serviço prestado. Da mesma forma que no item anterior, é necessário levantar algumas informações, conforme os exemplos: cada troca de óleo custará X reais; ao trocar os quatro pneus serão gastos Y reais; a troca dos amortecedores custará Z reais etc. Usando dos exemplos, os valores de X, Y e Z são exatamente os dados que deverão ser preenchidos na planilha.
Importante: esses valores dependem de diversos fatores, que deverão ser estimados para o seu carro. Tente ser bem específico na sua pesquisa e levantamento de valores.
Resumo das despesas
Finalizado o terceiro passo, clique no botão “Ir para Resumo das Despesas”. O valor da “Despesa Média Mensal Total” é um somatório de todas as despesas médias mensais calculadas durante a planilha. Esse será o valor utilizado para o planejamento do fluxo de caixa, a ser demonstrado na segunda parte deste conteúdo (em um próximo artigo).
Uma segunda informação do “Resumo das Despesas” é a multiplicação da despesa média mensal por 24, dando uma ideia de quanto do seu fluxo de caixa será afetado em relação ao carro nos próximos dois anos. Cuidado para não cair da cadeira!
Continuamos nossos cálculos e análises com um vídeo explicando a aplicação da planilha, em breve outra postagem sobre  "Orçamento - Como calcular o custo médio mensal de seu carro - Parte 2/2" . Para tirar proveito do conteúdo, baixe a planilha e vá se habituando com ela. Até mais.
Foto de sxc.hu.