segunda-feira, 16 de maio de 2011

Todo cuidado é pouco com o crédito fácil para micro e pequenas empresas

Se por um lado o acesso a recursos possibilita investimentos, por outro pode deixar empresário endividado.

O País vive um momento particular da sua economia: a grande oferta de crédito para as micro e pequenas empresas. A iniciativa tem como fonte a política econômica que busca, ao facilitar o acesso a financiamentos variados, promover o crescimento do setor produtivo. Mas o que é positivo porque possibilita que as empresas invistam na produção, ampliando sua competitividade no mercado, tem se transformado em uma armadilha para muitos empresários.
''As facilidades de crédito e o assédio dos bancos vem fazendo com que empresários sem experiência nesta área fiquem seduzidos pelo dinheiro 'fácil' e assumam dívidas apostando em um mercado futuro que nem sempre se concretiza'', alerta o vice-presidente do Sescap Londrina e empresário da contabilidade Jaime Junior Silva Cardozo, que tem visto o aumento do número de empresas endividadas crescer consideravelmente.
De acordo com ele, os empresários alegam que são procurados pelos bancos com propostas de financiamento atraentes e acabam antecipando ações para não perder a oportunidade. ''A questão é que nem sempre as previsões se concretizam e, sem poder pagar o valor acordado, optam por novos financiamentos transformando o problema em uma bola de neve que acaba colocando em risco a continuidade da empresa'', afirma.
O vice-presidente do Sescap conta que os bancos assediam inclusive os escritórios de contabilidade em busca de possíveis clientes entre os empresários. Ele explica que os gerentes têm metas a cumprir e também sofrem pressão das instituições para 'dar conta' dos valores disponíveis para empréstimo.
Cardozo reforça que o financiamento é um recurso importante para qualquer empresa, mas deve ser sempre encarado com cautela e muito bem avaliado. ''Embora os juros pareçam atraentes se comparados aos oferecidos para as pessoas físicas, o custo final de qualquer financiamento ainda é muito alto no Brasil e as perspectivas são de aumentar ainda mais. Por isto o empresário tem de analisar criteriosamente o custo efetivo deste dinheiro evitando, mais à frente, comprometer o seu fluxo de caixa. Buscar sempre a orientação de um profissional para avaliar o contrato e as condições reais oferecidas pelas instituições é o ideal'', afirma.
Os juros de mercado voltados às empresas variam entre 2% e 4%, o que representa mais de 56% ao ano, devido ao efeito 'juros sobre juros', podendo ser bem maior dependendo da modalidade do financiamento. Um levantamento realizado junto ao Banco do Brasil, pelo Instituto Assaf, que disponibiliza gratuitamente análises financeiras e de valor da economia brasileira apontou que do volume das operações de crédito realizadas no País no último ano a modalidade de crédito mais utilizada foi o capital de giro, que registrou aumento de 1.593% de setembro de 2002 até hoje. Em janeiro de 2011, R$ 269,4 milhões foram movimentados através de linhas de capital de giro. E para se ter uma idéia, os juros cobrados na modalidade conta garantida, a terceira em crescimento, em fevereiro eram de 101,15% ao ano.
Segundo o advogado, especialista em direito bancário, Celso Luiz Tenório Araújo, o problema é muito mais grave do que parece. Especialista em direito bancário ele atende 15 empresas que estão com processos contra os bancos, pedindo o recálculo de suas dívidas nesta situação. Ele afirma que várias instituições bancárias cometem abusos cobrando taxas indevidas e juros excessivos que têm sido questionados na Justiça. ''A Justiça tem dado ganho de causa aos reclamantes'', diz Araújo. Segundo ele é essencial ficar atento ao que diz os contratos, principalmente nas entrelinhas que podem levar o empresário à dúvida. A melhor das situações, conforme Araújo, é não precisar financiar, mas se não tiver jeito, que seja da forma mais segura possível.
Fonte: Sescap-Ldr - Sindicato das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e Serviços Contábeis de Londrina

Brasileiro sofre com dificuldades para fechar empresas


Advogado Auro Ruschel alerta para riscos de empresas que não são oficialmente encerradas

Apesar do cenário de expansão dos negócios no Brasil é preciso que seja feito um alerta: abrir uma empresa tornou-se muito mais fácil do que fechar. Esse fenômeno traz consigo outra preocupação já que, muita gente, simplesmente fecha o estabelecimento, mas não o encerra legalmente. Para o advogado especialista em direito empresarial, Auro Ruschel, foram criadas ferramentas que facilitaram a abertura do ponto de vista burocrático. O fechamento, no entanto, é mais complicado.
- Em aproximadamente 60 dias você tem a Pessoa Jurídica montada com toda documentação necessária para operar e emitir nota fiscal do serviço ou venda. Enquanto isso para fechar uma empresa, existem requisitos legais que precisam ser obedecidos. Se a empresa não é encerrada de acordo com o que determina, por exemplo, o Código Tributário Nacional, vai acabar respondendo por passivos ou eventuais dívidas - alerta Auro.
Um dos erros mais comuns dos empresários é não dar baixa na Junta Comercial. Isso ocorre, na maioria das vezes, por causa de altos valores devidos em impostos ou dívidas. O advogado chama a atenção que a burocracia nunca pode retirar a capacidade de empreender, mas é preciso disciplina.
- O problema é quando a sonegação começa a fazer parte do negócio. Se há uma disciplina nesse sentido, o fechamento não vai ser um problema no futuro - completa Auro.
A vontade do brasileiro ter o seu negócio e caminhar com as próprias pernas tem aumentado a cada ano. Conforme a Fenacom (Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis), em 2010, houve cerca de um milhão de aberturas de empresas.
Uma oportunidade dos empresários se recuperarem é o prazo de carência caso a empresa fique inoperante. 
- Neste período o empresário pode abrir outra empresa e tentar reverter a situação financeira para pagar as dívidas do primeiro empreendimento - diz.
Para fechamento da empresa a Junta Comercial exige o distrato social, negativas de FGTS, INSS e Receita Federal. Após, será necessária apresentação na Prefeitura dos talões de notas. A contadora também chama a atenção que mesmo não funcionando a obrigação de mandar as declarações continua existindo e por isso a empresa que continua aberta, fica sempre sujeita a multas.

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