segunda-feira, 11 de julho de 2011

Principais erros de quem poupa para aposentadoria


Principais erros de quem poupa para aposentadoriaPreocupar-se com a aposentadoria é quase que uma obrigação para quem pensa em dispor de uma renda que cubra as necessidades do futuro. Confiar na previdência social (INSS) ou num único plano de previdência privada pode ser um tiro no pé, caso algo dê errado.
Além de existirem muitas pessoas que não poupam para aposentadoria, há outras que mesmo poupando, ainda cometem erros que reduzem sua capacidade de poupança ou retardar o alcance da independência financeira.
Li na semana passada a excelente matéria “12 erros de quem poupa para aposentadoria“, publicada no Portal Exame, com o consultor financeiro Gustavo Cerbasi. Todas as dicas são muito valiosas, mas duas delas impactam diretamente na rentabilidade do investimento e na capacidade de poupança ao longo do tempo. E esses principais erros de quem poupa para aposentadoria serão explorados ao longo deste artigo.

Excesso de conservadorismo até entre os mais jovens

É impressionante a quantidade de pessoas que optam por fazer planos de previdência muito conservadores, mesmo quando possuem o tempo a seu favor. A partir do momento que o plano para aposentadoria tem duração de 20 ou 30 anos, não faz sentido deixar quase que a totalidade do dinheiro em renda fixa.
É de conhecimento geral que investimentos em renda variável (ações, por exemplo), a longo prazo, tendem a render bem mais que a renda fixa. Principalmente quando atravessemos períodos de baixa na bolsa, como o que estamos passando agora, onde o potencial de rentabilidade é ainda maior para o futuro.
Apesar disso, pesquisas mostram que apenas 33% dos investidores abaixo de 30 anos optam por planos de previdência agressivos (até 49% do patrimônio em renda variável). Isso é, na minha opinião, desperdiçar excelentes oportunidades de construção de patrimônio para o futuro.
Fazendo a opção por planos mais agressivos no início e migrando esses investimentos para planos mais conservadores com o passar do tempo, fará com que você construa um patrimônio bem interessante nos primeiros anos e mantenha esse patrimônio no final.

Comprar imóvel cedo demais

Quem já leu artigos no Quero Ficar Rico como por exemplo “Comprar casa própria ou alugar imóvel?” conhece minha opinião sobre essa questão. Sou totalmente a favor de alugar um imóvel ao invés de comprá-lo, sobretudo no começo da vida a dois.
Vivemos numa cultura onde as primeiras grandes conquistas são a compra de um carro e a compra da casa própria. Além de serem dois bens destruidores de riqueza (ler o artigo “O que é ser rico para você?“), podem trazer grandes problemas quando comprados sem planejamento ou na hora errada.
No caso do imóvel (tema desse tópico), a compra desse bem por volta dos 30 anos traz dois problemas. Em primeiro lugar, se o jovem for casado, vai comprar um imóvel maior que suas necessidades atuais. Como sua renda ainda não é muito alta, será necessário financiá-lo por um prazo longo. Ou seja, o imóvel terá que ser adequado para suprir as necessidades do casal durante um bom tempo, inclusive quando os filhos vierem.
Em segundo lugar, ao comprometer boa parte de sua renda com um financiamento longo, o jovem sem filhos deixa de poupar para a aposentadoria justamente na época em sua capacidade de poupança é maior. Além disso, ele perde a mobilidade e a liberdade de buscar um emprego do outro lado da cidade, em outro estado ou mesmo em outro país.

Conclusão

Optar por planos conservadores quando você tem o tempo a seu favor ou tomar decisões que comprometem sua renda por prazos muito longos (financiamento de automóvel ou imóvel) podem atrasar ou até comprometer seu planejamento para aposentadoria.
Geralmente essas atitudes são tomadas por pessoas que não possuem educação financeira e/ou encaram a poupança como sacrifício e privação da felicidade (outra dica citada na matéria). Isso é outro ponto já bastante abordado no Quero Ficar Rico, como no artigo “Viver ou juntar dinheiro? Escolho os dois!“.
Todas as decisões tomadas (não apenas as financeiras!) devem ser muito bem planejadas e as consequências levadas em consideração. Ao adquirir um bem através de um financiamento, a renda (e consequentemente a capacidade de poupança) ficará comprometida por muito tempo, o que pode prejudicar diversos planos, caso esse gasto não esteja nos planos.
Faça seu planejamento com equilíbrio e siga-o com bastante disciplina.

O estresse e o profissional da contabilidade


* por Anderson Hernandes

A rotina do profissional da contabilidade está entre as mais estressantes da atualidade. Os motivos são muitos, e incluem a alta complexidade das atividades desenvolvidas, grande fluxo de informações, prazos apertados para cumprimento de diferentes obrigações, necessidade de atualização contínua e pressão de clientes.
Muito se fala sobre simplificação, mas essa palavra não faz parte do vocabulário conhecido pelo contabilista. Nos últimos anos, os profissionais da contabilidade enfrentam uma evolução nas suas atividades, e isso tornou muito complexa a sua atuação no mercado de trabalho. A tecnologia que deveria facilitar o trabalho desses profissionais trouxe ainda mais trabalho. De um lado eles têm o fisco, que altera a legislação a cada dia e aumenta significativamente o número de obrigações acessórias das empresas, do outro lado as empresas, no papel de empregadores ou de clientes, que tem uma expectativa crescente por respostas e qualidade dos serviços prestados pelos contabilistas, que estão no meio dessa tripla-relação.
Quais são os efeitos de toda pressão sobre os contabilistas? Particularmente eu diria que a profissão contábil será uma das mais estressantes profissões dos próximos anos, colocando em risco a qualidade de vida e a saúde do profissional contábil.
Com base em todo o cenário mencionado, muitos profissionais contábeis, já enfrentam uma carga excessiva de trabalho o que tem levado muitos a se afastarem de suas atividades por problemas relacionados com o estresse, transtornos de ansiedade e outros problemas emocionais. Diante de tudo isso, como podem os profissionais lidar com esse desafio?
Primeiramente o modo como o profissional da contabilidade lida com os problemas que ele enfrenta é determinante sobre o seu nível de estresse. Entender claramente que ele está envolvido com o problema, mas que ele não é responsável direto pelo problema poderá amenizar o grau de desgaste pessoal.
Estabelecer limites sobre a quantidade de horas de trabalho é outro fator importante. Obviamente o profissional contábil tem prazos a cumprir, isso exigem trabalho extra, mas a carga adicional de trabalho deve ser momentânea e não decorrente, de modo a evitar a estafa profissional.
A seletividade dos trabalhos e responsabilidades que ele aceitará, deve ser bem avaliado pelo contabilista. Assumir todos os serviços oferecidos pode ser um atenuante para a o estresse do profissional contábil, portanto ele deve dar desenvolver a habilidade de dizer não quando for necessário.
Para um trabalho que é mentalmente desgastante, estabelecer intervalos na jornada e tornar o ambiente de trabalho adequado, por incluir atividades que dão prazer ao profissional ajudará a minimizar o desgaste físico e mental.
Provavelmente estamos numa realidade profissional sem volta para os contabilistas da atualidade. Deste modo, a valorização da qualidade de vida, inclusão de atividades pessoais que auxiliem na descompressão do estresse do dia a dia, além do envolvimento de atividades pessoais e familiares saudáveis serão cada vez mais necessárias para o controle do estresse do contabilista da atualidade.


* Anderson Hernandes é empresário contábil, escritor e palestrante, autor do livro Marketing Contábil - Estratégias de Marketing para Empresas de Contabilidade www.andersonhernandes.com.br