terça-feira, 31 de maio de 2011

A prosperidade empresarial não pode depender de lideranças

A prosperidade empresarial não pode depender de liderançasAssunto comum no universo corporativo, o tema liderança[bb] ocupa, há tempos, o noticiário de negócios e gestão por conta da importância de seus impactos. Em resumo, o que se prega é que uma eficaz e forte liderança resulta em bons resultados e batimento de metas. O contrário, bastante óbvio, traria como consequência uma catástrofe corporativa, com a inversão da espiral positiva de desenvolvimento, sustentabilidade econômica e inovação, tão caros para a preservação empresarial.
Muito bem, não me cabe questionar os efeitos que um líder pode provocar. Nem mesmo defenderia o fim dessa relevância, uma vez que, em minha opinião, trata-se de um conceito que representa a espinha dorsal do empreendedorismo e da livre iniciativa.
Afinal de contas, toda empresa ou negócio estabelecido hoje nasceu antes na mente e nos sonhos de corajosos empreendedores, que a despeito de todas as dificuldades e ameaças lideraram seus projetos até que se transformassem em realidade palpável. Isto é um fato, ponto final.
No entanto, observo algum exagero na abordagem do tema, principalmente quando pensamos nos pilares que garantem a prosperidade e a longevidade de uma empresa na linha do tempo.
A questão é que a sobrevivência de um negócio não pode ficar à mercê desse elemento tão instável, incontrolável e muitas vezes imprevisível que conhecemos como ser humano[bb]. Ele pode ser forte, mas às vezes é frágil. Pode ser muito ou nada vaidoso, mas é repleto de virtudes e vícios.
Alguns cuidam da saúde, mas outros não se recordam do último check-up ao qual se submeteram. Está exposto a questões pessoais não resolvidas e nem sempre gosta de vozes discordantes, por mais que afirme o contrário e mesmo que venham em seu benefício. Tudo isso desde que seja um sujeito normal e saudável, é claro.
Em resumo, um risco total. Honestamente, quando leio sobre as propagadas características robóticas dos líderes, não me vem outro pensamento senão o de que a utopia de fato não acabou. Se não é utopia, certamente se trata de um total desconhecimento de gênero humano.
Seres humanos são falíveis por excelência. Por mais duro que seja, é necessário e importante aceitar que as nossas obras, quando sólidas e consistentes, devem sobreviver à nossa influência. Mais do que isso, penso que devemos trabalhar para que assim ocorra.
Bons empresários e líderes devem se esforçar para construir empresas que tenham na sua arquitetura de governança[bb] os fatores críticos necessários para torná-la um organismo vivo e de certa forma blindado da má gestão, seja ela conduzida pelos fundadores, seus herdeiros ou por profissionais contratados.
Para encerrar, penso que um bom líder não pode se embriagar pela falsa noção de perfeição, nem mesmo concluir que é insubstituível. Bons líderes deixam um legado, eventualmente um quadro na parede, mas sabem se retirar na hora certa.
Crédito da foto para freedigitalphotos.net.


Este artigo foi escrito por Plataforma Brasil.

Como cobrar por serviços que antes eram gratuitos?


Estacionamento de shopping é um exemplo clássico. No começo, é gratuito para atrair clientes. Passados uns meses da inauguração, suas entradas ganham cancelas e, deixar o carro em segurança para fazer compras, passa a ter um preço. A mudança nunca é bem aceita pelos frequentadores. Afinal, por que pagar por um serviço que antes era grátis?
O consumidor sempre reclama, mas alguém deixa de ir ao shopping por causa do estacionamento? Você deixaria de calibrar os pneus do seu veículo caso o frentista avisasse que a tradicional “caixinha” foi substituída por um valor fixo e inegociável? Você deixaria de buscar algo no Google se tivesse que pagar antes de acionar o botão “pesquisa”?
O dilema assombra muitas empresas, principalmente as que cresceram oferecendo serviços gratuitos na internet e para as quais o modelo de negócio de financiamento por anunciantes não é suficiente. Cobrar ou não por um serviço que antes era oferecido gratuitamente? E se o cliente não aceitar pagar? A situação pode parecer irreversível, mas não é.
Em um artigo publicado na última semana no jornal argentino La Nación, o economista Ariel Baños, especialista em estratégias de preços, aponta a frustração do consumidor diante de um produto que ganhou preço como oportunidade de negócio. “Qualquer centavo é caro demais se comparado à facilidade de não se pagar nada”, diz. Alguém discorda?
Para Baños, a solução está nos produtos e serviços “freemium”. “Na percepção do cliente o “grátis” é um direito adquirido. Então, a chave é manter o antigo serviço prestado de forma gratuita (“free”) e investir em um novo, com muitas outras vantagens e atrativos (“premium”), pelo qual se possa cobrar”, explica.
O economista aponta o Skype como exemplo de empresa que apostou no serviço “freemium” para não perder clientes. Dois usuários do software podem conversar à vontade pela internet sem qualquer custo. Mas uma taxa é cobrada daqueles que desejam ligar para um telefone fixo ou celular.