quinta-feira, 2 de junho de 2011

História e futuro da moeda



História e futuro da moedaApesar de muito interessante, pouca gente conhece a história da moeda. A necessidade de definir um objeto padronizado e aceito pelas partes para realizar transações comerciais (desde a simples compra de um pão na padaria até a aquisição de uma empresa no exterior) foi o principal fator para a criação da moeda.
Entretanto isso não foi fácil. Acredito até que continua não sendo, pois ainda existem vários padrões atualmente, tanto que a maioria dos países tem sua própria moeda. Desde o escambo (troca de produtos ou serviços), passando por mercadorias e metais, até chegar ao papel-moeda, foi percorrido um longo caminho.
O intuito deste artigo é apresentar a história da moeda de uma forma bem simples e didática, para quem ainda não conhece. A principal fonte para este texto foi a cartilha “Fique por dentro“, elaborada pelo Banco Central. A cartilha é bem legal, pois além da história da moeda, trata também da história dos bancos centrais, função do Banco Central do Brasil, entre outras coisas.

Escambo e mercadorias

Nas economias rudimentares, as trocas diretas eram utilizadas como meio de circulação da produção. Esse tipo de troca, também conhecido como “escambo”, era muito interessante quando cada indivíduo consumia a maior parte daquilo que produzia. Com a intensificação das relações comerciais e da divisão do trabalho, esse processo de troca deixou de ser eficiente, pois, na maior parte dos casos, tornou-se impossível compatibilizar as necessidades de consumo das pessoas.
A fim de sanar essa incompatibilidade, diversas mercadorias passaram a ser utilizadas como moeda: o trigo, o sal, o gado etc. No entanto, a falta de homogeneidade, a ação do tempo, a impossibilidade de divisão, a dificuldade de manuseio e de transporte e a justaposição do valor de uso (como bem de consumo) e de troca (estabelecido no mercado) comprometiam a função daquelas “moedas” como instrumento de troca.

Metais e casas de custódia

Em conseqüência, as transações comerciais passaram a utilizar, principalmente, metais e, em um segundo momento, a própria moeda metálica, caracterizada, especialmente, pela sua durabilidade.
A dificuldade e o risco do transporte de metais levaram à criação de casas de custódia, que armazenavam o ouro e a prata, fornecendo em contrapartida certificados de depósitos que, por serem mais cômodos e seguros, passaram a circular no lugar dos metais monetários. Esses certificados ficaram conhecidos como moeda representativa ou moeda-papel.

Evolução para papel-moeda

Ao longo do tempo, foi observado que, apesar do fluxo permanente de conversão e de emissões de certificados mediante novos depósitos, sempre restava uma parcela de metais ociosa. Com base nessa constatação, certificados não lastreados (ou parcialmente lastreados) começaram a ser emitidos, levando à criação da moeda fiduciária (dependente de confiança) ou papel-moeda.
Hoje, predominam regimes de papel-moeda não conversível, com os governos detendo o monopólio ou o controle sobre sua emissão. A derradeira moeda importante a manter parcialmente o padrão-ouro foi o dólar norte-americano (até 1971).

Situação atual

Com o desenvolvimento dos bancos e dos serviços bancários, tornou-se mais fácil para os correntistas o pagamento de suas transações com os recursos depositados nessas instituições, o que deu origem à moeda escritural, contábil ou bancária, movimentada por meio de cheques.
Atualmente, é cada vez mais freqüente o uso de meios de pagamento eletrônicos (cartão de crédito, cartão de débito automático, cartões “inteligentes”, telefone celular etc.), favorecidos pela evolução tecnológica da computação e da telecomunicação.

Futuro da moedas

Espera-se que sejam utilizados cada vez mais meios eletrônicos de pagamento que substituam o papel-moeda e as moedas metálicas convencionais. Estes meios eletrônicos provavelmente farão parte da grande convergência tecnológica que se anuncia atualmente entre microcomputadores, telefones celulares, aparelhos de televisão, rádio, DVD, CD e mp3 e a biometria (leitura de impressões digitais, palma da mão, íris etc). Esta convergência geraria um só aparelho que exerceria todas estas funções, inclusive a função de pagamento e movimentação da conta bancária.
Outro campo que promete mudanças no futuro é o das moedas únicas continentais. O sucesso do euro como moeda única europeia despertou o interesse de outras organizações continentais pelo tema, que tem como principal atrativo o incremento do comércio intracontinental. Ásia, América do Sul e África são continentes que estudam a possibilidade de implementar as suas moedas únicas em um futuro próximo.
O principal obstáculo à adoção das moedas comuns é a necessidade de similaridade dos índices econômicos (taxa de inflação, déficit público, taxa de desemprego etc.) entre os países-membros, necessidade esta imposta pela ciência econômica ortodoxa como um pré-requisito para a união monetária.

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Esse tema é muito interessante, não apenas pela história da moeda mas – principalmente – pelo futuro dela, pois faremos parte dessa transição. Já temos visto a convergência dos meios de pagamentos numa única ferramenta (vide Google Wallet).
Além disso, existem algumas conversas para criação de moedas únicas continentais. Como exemplo, deixo como referências algumas matérias sobre moedas únicas para América do Sul, África e Ásia.
Se você tiver qualquer dúvida, quiser compartilhar sua opinião ou complementar este texto com fontes sobre o futuro da moeda, deixe um comentário!