sexta-feira, 13 de maio de 2011

Como se planejar para casar, comprar uma casa e se aposentar



Um leitor do Quero Ficar Rico (que pediu para não ser identificado) enviou o seguinte plano: “Atualmente, consegui juntar cerca de 3x ou 4x o meu salário na poupança e agora gostaria de partir para outros investimentos considerando os seguintes objetivos:
(1) Casar em cerca de 1,5 ano;
(2) Comprar um apartamento daqui a 10 anos (pretendo, após casar, morar de aluguel por um tempo, juntando dinheiro para comprar após já ter acumulado mais dinheiro);
(3) Aposentadoria daqui a 35 anos.
O objetivo deste artigo é analisar boas opções de investimento para cada um desses planos (casamento, moradia e aposentadoria), levando em consideração o prazo e a exposição a riscos permitida para essas aplicações.

Fundo de emergência

O primeiro ponto a ser ressaltado é a importância do fundo de emergência. Nosso leitor já começou muito bem, pois acumulou um montante suficiente para se proteger de imprevistos, caso alguma surpresa apareça. Esse fundo dará a tranquilidade necessária para poupar no intuito de alcançar os demais objetivos.

Casamento

O primeiro objetivo é juntar algum dinheiro para se casar. Como existe um prazo de 18 meses para esse evento, temos que levar em conta que as aplicações onde há a incidência do imposto de renda, a alíquota ainda não é a menor. Para prazos entre 361 e 720 dias, a alíquota é de 17,5%.
À primeira vista, o Tesouro Direto seria uma boa alternativa (que não deve ser descartada), mas minha sugestão seriam as Letras de Crédito Imobiliário – LCIs. Existe uma ótima discussão sobre as melhores oportunidades no artigo LCI: Letras de Crédito Imobiliário. Para quem tiver interesse, recomendo a leitura.
A grande vantagem das LCIs é a não-incidência do imposto de renda. Assim, a rentabilidade de 90% do CDI, representa aproximadamente 11,03% a.a. líquido. Já um título público com taxa de 12,80% a.a. (LTN 010113, por exemplo), quando descontado o IR de 17,5%, renderia aproximadamente 10,56% a.a..

Moradia

Para comprar o apartamento, a estratégia inicial já é bem interessante: morar alugado enquanto se prepara para comprar o imóvel definitivo. Já existe uma excelente discussão sobre esse tema no artigo “Comprar casa própria ou alugar imóvel?“, que eu também recomendo a leitura.
Colocando de lado a discussão sobre se vale a pena comprar o apartamento, vamos às opções de investimento. Como o objetivo é poupar para comprar um bem e há um tempo considerável até data estimada, minha sugestão é investir em ativos que mantenham o poder de compra e ainda dê algum rendimento. Para isto, nada melhor que títulos públicos indexados à inflação.
Esses títulos garantem que seu dinheiro estará protegido em relação às variações inflacionárias. Além disso, penso que é uma das opções mais rentáveis atualmente, em se tratando de Tesouro Direto, e também um dos mais conservadores. Essa combinação oferece boa rentabilidade e tranquilidade.

Aposentadoria

Como o prazo desse investimento é bastante longo (35 anos), há espaço para arriscar boa parte do montante destinado a esse objetivo. O ideal seria ter disponibilidade para estudar e aprender a investir na bolsa. Entretanto existem ótimas alternativas, como fundos e clubes de investimento, ou até montar sua própria carteira de ações.
Mas uma das melhores alternativas na relação custo-benefício atualmente são os ETFs, também conhecidos como fundos de índices. Com baixíssimas taxas de administracão, esses fundos são fáceis de investir e acompanham índices de mercado, como Ibovespa, small caps, empresas de consumo, entre outros.
As previdências privadas, apesar de muito comentadas e divulgadas, não são boas opções. As altas taxas de carregamento e administração corroem a rentabilidade. Existem, no entanto, duas situações onde esse investimento é vantajoso.
A primeira está relacionada com o benefício fiscal do PGBL. Investir até 12% da renda bruta anual em PGBL permite deduzir esse valor da base de cálculo do imposto de renda. A outra situação é aproveitar as oportunidades que algumas empresas (públicas e privadas) oferecem atualmente: até um determinado valor, a empresa investe exatamente o montante que você investir. Em outras palavras, se você coloca R$ 500 por mês na previdência complementar, a empresa aporta mais R$ 500.

Você já fez seus planos para o futuro?

Preocupar-se e se planejar para os eventos que estão por vir é muito importante e nos poupa de muitas dores de cabeça no futuro. O primeiro passo é definir seus objetivos financeiros e então traçar um plano para alcançar cada um deles.
Ao longo deste artigo, me preocupei em colocar diversos links para complementar a leitura, e recomendo que eles sejam acessados e que os artigos sejam lidos, pois estão diretamente relacionados a esse planejamento.
Ainda assim, se você tem alguma dúvida ou contribuição para esse discussão, não pense duas vezes: deixe um comentário!




O aumento da inadimplência no Brasil: sobram desejos e falta educação financeira


O aumento da inadimplência no Brasil: sobram desejos e falta educação financeiraA cada novo dia surgem diversas notícias de que as classes C e D são as meninas dos olhos do comércio e da indústria. São os principais alvos de campanhas de marketing, graças ao recente crescimento econômico do Brasil e a melhora no padrão de vida (aumento da renda média, acesso ao crédito e mais qualidade de vida) dessa parte da população.
Confesso que sempre vi esse cenário com reservas. É claro que o consumo e a realização dos sonhos não podem ser simplesmente esquecidos, mas pouco se falou da necessidade de guardar dinheiro e construir patrimônio, algo tão necessário para o futuro - inclusive para conquistar melhores oportunidades de consumo lá (ali) na frente, com consciência e inteligência.
Explosão de consumo e de devedores
O resultado da explosão do consumo começou a aparecer: de acordo com a Serasa Experian, a inadimplência do consumidor registrou acréscimo de 17,3% se comparada a abril de 2010. Os números apresentados hoje representam a 12ª elevação consecutiva. Alguns dirão que os níveis ainda são baixos e administráveis. Eu prefiro ser mais realista. A situação não é boa.
Se você, amigo leitor do Dinheirama, perceber que está dentro dessa estatística divulgada, entenda que o grande desafio é aceitar que o (principal) culpado pela situação difícil do momento não é ninguém além de você mesmo, que optou por realizar aquisições que suas condições financeiras não permitiam.
Lembre-se ainda que a inadimplência pode levá-lo ao pior dos perigos: a necessidade de arcar com os altos juros praticados no Brasil. Vale, mais uma vez, repetir o mantra já tantas vezes mencionado por aqui: crédito fácil não é sinônimo de crédito barato. Simples assim.
Medidas de controle são necessárias
Temos percebido que o governo vem adotando medidas de restrição ao crédito. Interessante, mas ele poderia também optar por alternativas mais eficientes e práticas como a limitação de parcelas em financiamentos. Com o aumento dos juros, as pessoas não reduziram o consumo, mas optaram por aumentar os prazos.
O perigo ficará cada dia mais evidente à medida que o consumidor mais afoito for incorporando novas despesas e novos parcelamentos em seu orçamento. Uma bomba relógio está sendo armada diante de nossos olhos!
Outro ponto que não pode ser desconsiderado ao estudar os números é o quesito inflação. Ao contrário de alguns especialistas, não acredito que a alta dos preços foi o fator determinante para os resultados de agora. É inegável, estou de acordo, que alguns produtos como combustíveis e alimentos, por exemplo, tiveram um acréscimo significativo nos últimos meses.
Cartão de crédito, ferramenta de consumo e responsabilidade
Vale a lembrança de que o cartão de crédito é um grande instrumento de educação financeira, mas também é um perigo para os desavisados. Quem utiliza a ferramenta da maneira apropriada, respeitando os limites do padrão de vida, consegue usufruir dos benefícios prazo estendido, segurança e controle nas compras. Já quem utiliza o cartão de crédito sem o devido cuidado e gasta mais do que pode se virá enroscado com os mais altos juros (mais de 500% ao ano em alguns casos) e, consequentemente, com a inadimplência.
A preocupação com o cartão de crédito também se justifica pela facilidade de uso. Se você não consegue resistir aos apelos de consumo, uma alternativa é deixar o cartão em casa e não carregá-lo na carteira, optando pela sua utilização apenas nos momentos de extrema necessidade. Nessa hora, a responsabilidade com seu bolso tem que ser valorizada.
Educação financeira, oportunidade e consciência
Colocar a educação financeira em destaque no dia a dia familiar é um grande desafio. Mas, pense bem, ter que conviver amarrado, sem liberdade e envolto em dívidas, sofrimento e falta de esperança não é um desafio muito maior? Quantos já chegaram até o Dinheirama pensando que a vida tinha acabado e que não sabiam mais o que fazer para colocar as finanças em dia. Sei que não é fácil.
Por fim, reitero minha opinião de que os sinais da inadimplência podem ser interpretados como um grave perigo. Ora, na medida em que ela for aumentando, maiores serão os perigos para a economia real. Empregos, crescimento do país, oportunidades, tudo ficará comprometido. Como você pode ver, o fato de se programar para quitar suas contas possui maiores desdobramentos e consequências do que você pode imaginar.
Estar em dia com o seu bolso faz bem pra você, pra sociedade e para o país. Não comprometa seu futuro gastando sem planejar. Combinado? Até a próxima.
Foto de sxc.hu.

Empreendedor, você é um maluco


(Foto: Shutterstock)
(Foto: Shutterstock)
Se você é um empreendedor, deve ter ouvido muito a pergunta: você está doido? A verdade é que os empreendedores não são muito normais. Segundo o psiquiatra americano John D. Gartner, da prestigiosa John Hopkins Medical School, os empreendedores – especialmente os de tecnologia – têm uma disfunção psiquiátrica chamada Hipomania. Ela pode ser reconhecida pela hiperatividade, tagarelice, diminuição da necessidade de sono, aumento da sociabilidade, desejo por atividades físicas e prazerosas, aumento da libido e muita impaciência. A Hipomania, diz Gartner, pode ser um dos motivos do sucesso dos empreendedores.
“Os hipomaníacos são carregados com uma energia contagiante, têm confiança irracional e ideias grandiosas. Eles pensam, falam e tomam decisões rapidamente. A seu ver, qualquer um que tente diminuir seu ritmo com perguntas simplesmente não entende nada”, diz Gartner
No plano dos negócios, esse exagero pode ser uma vantagem. O humor elevado do hipomaníaco é capaz de inebriar a si mesmo e a outras pessoas, deixando todos com sensação de poder e capacidade de realizar tarefas.  Essa excitação motiva as outras pessoas a se empenharem mais e geralmente conduz ao sucesso da empreitada.
A capacidade de correr riscos talvez seja a característica hipomaníaca mais marcante nos empreendedores. Em vez de desilusões e inseguranças, o hipomaníaco/empreendedor confia que seu produto é tão atraente que ele vai inspirar pessoas a apostar fortunas em algo que ainda não existe nem nunca foi vendido.
Gartner, que é também autor do livro Hypomaniac Edge (Limite Hipomaníaco),  diz que, apesar da probabilidade de muitos empreendedores terem hipomania, eles não são considerados pacientes mentais. “Há diferentes ‘níveis de loucura’. Se você é um maníaco, vai pensar que é Jesus. Se é um hipomaníaco – uma gradação bem mais leve – vai pensar que é o presente de Deus para os investidores de tecnologia”, afirma.
Muito interessante tudo isso, mas que serventia têm todas essas informações? Autoconhecimento é uma delas. Entender os padrões de comportamento pode ajudar a fortalecer aqueles positivos e amenizar os negativos. Paixão, empenho e confiança são fundamentais, mas devem ser equilibrados com toques de realismo. Ou não. Se é para correr riscos, melhor não ter amarras? Cada um tem sua própria resposta. O mais importante é saber detectar as atitudes prejudiciais. Os hipomaníacos têm o costume de acusar de perseguição aqueles que discordam deles. Muitas vezes são arrogantes demais. O retrato parece um pouquinho com o Mark Zuckerberg pintado no filme a Rede Social, não? E você, empreendedor, como se percebe?
Para ajudar na tarefa, Gartner fez uma pesquisa com empreendedores e perguntou quais sintomas de hipomania eles percebiam em si mesmos e em seus pares. Eis o que empreendedores e hipomaníacos têm em comum:
1 – São cheios de energia
2 – Transbordam ideias
3 – São focados, incansáveis e incapazes de ficar quietos
4 – Canalizam a energia para conquistas de grandes ambições
5 – Geralmente trabalham com pouco sono
6 – Sentem-se brilhantes, especiais, escolhidos e até, talvez, destinados a mudar o mundo
7 – Podem ser muito eufóricos
8 – Irritam-se com os menores obstáculos
9 – São tomadores de risco
10 – São intensos na vida pessoal e profissional
11 – São impulsivos sexualmente
12 – Podem agir impensadamente, com dolorosas consequências
13 – Falam rápido
14 – São divertidos, espirituosos e agregadores de pessoas
15 – Têm uma confiança que os torna carismáticos e persuasivos
16 – São mais inclinados a fazer inimigos e a se sentir perseguidos por aqueles que não aceitam seu ponto de vista.



Interessante!! Agora tenho uma desculpa para o meu jeito particular de ser....