sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Quanto você está disposto a lutar e esperar por um sonho ou objetivo?


Quanto você está disposto a lutar e esperar por um sonho ou objetivo?Otávio comenta: “Navarro, tenho lido reportagens que destacam o importante papel do crédito em nossa sociedade, como a possibilidade de aumentar a capacidade de consumo, gerando força econômica e movimentando o comércio e a indústria. Fico pensando que há benefícios, é claro, mas se já não tínhamos o hábito de poupar, agora é que ele não voltará de jeito nenhum. Isso também não é perigoso? Valeu”.
Abordar e discutir o valor pessoal dos desejos pode facilmente passar de um papo amistoso para uma armadilha perigosa. Tudo que envolve sentimentos, emoções e sensações costuma transformar e distorcer decisões com muita rapidez. O certo, do ponto de vista racional, logo vira “chatice” e “implicância” quanto afloram as emoções.
Adicione “ao caldo” o dinheiro e chegamos ao ponto crítico do planejamento financeiro de muitos brasileiros. Por que esperar, quando é possível comprar parcelado, pagar “suavemente” e sair com o produto na hora? A lógica “uso agora, pago devagar” tem apelo, resume o que era complicado (esperar, juntar dinheiro e negociar) em uma ação corriqueira: comprar o usando o crédito, de forma rápida e objetiva.
Todos felizes ou uma nação de zumbis?
Esses dias alguém me chamou a atenção para o comportamento das pessoas em um dia típico de passeio e compras: todas pareciam felizes, tagarelas, repletas de sacolas nas mãos e brilho nos olhos. Impossível dizer, porém, quais (e quantas) delas estão endividadas – essa informação não é perceptível como a obesidade, por exemplo.
Logo, o consumo é farto porque é fácil e traz uma sensação imediata de euforia, mas sem a cobrança da sociedade quando há exagero. Ninguém olha para você e diz “Ei, você está endividado, melhor não comprar hein”, como quem diz “Você está gordinho, melhor praticar exercício e comer menos”. Então você compra e guarda seus problemas financeiros em uma caixa preta. Ninguém sabe onde ela fica, nem o que há dentro dela, só você. Algo tipo “eu mereço, eu posso”.
Mas, infelizmente, esse retrato evidencia dois aspectos:
§ A ascensão social traz consigo a necessidade subjetiva, portanto pessoal, de comprovar a mudança. Não basta ser feliz, mais alegre e melhor remunerado; é preciso parecer melhor e verdadeiramente integrado – como se parecer fosse o verdadeiro diferencial, a prova de que somos realmente mais que os outros;
§ Há um preço (alto) a ser pago. Parecer custa caro e só alimenta a angústia em relação ao que a sociedade irá pensar a respeito de nós e nossas decisões. Se não cobrança em relação ao que devemos, há expectativa em relação ao que vestimos, comemos e possuímos. Passamos a viver, ainda que de forma parcialmente inconsciente, reféns do status e o que acreditamos que ele representa. O crédito fácil é a arma que pode transformar esse estilo de vida em uma tragédia.
Dá para imaginar como esse ciclo “sou-tenho-pareço-apareço” gera ansiedade em níveis cada vez mais elevados? Suspeito que a raiz da questão não está nas discussões específicas sobre a economia, na mudança do quadro social ou na renda crescente. O problema tem origem na educação do cidadão e no âmbito pessoal/familiar em torno da definição de sucesso, felicidade e qualidade de vida.
Será que esquecemos a sensação de atingir um objetivo, realizar um sonho?
No passado, quando a velocidade dos acontecimentos era muito menor, era também natural ser mais paciente, saber esperar. O simples ato de se corresponder com alguém exigia tempo, espera e dedicação – as cartas demoravam dias, até semanas para chegarem.
O mesmo acontecia com as decisões econômicas. O acesso ao consumo era limitado e precisava ser discutido. As prioridades tinham que ser eleitas e o tempo usado com sabedoria para que as metas pudessem ser atingidas. Em suma, era preciso esperar; era preciso compreender que algumas coisas eram mais importantes que outras.
Falar do passo é apelar, soa piegas e simplista, eu sei. Mas eu trouxe o tema para, finalmente, tocar no ponto crucial deste texto: não somos mais preparados para lidar bem com frustrações. Pais permissivos, escolas liberais demais e acesso fácil a todo tipo de informação criaram uma geração que vê no consumo o sentido das coisas: “se eu posso comprar, sou aceito, sou melhor”; “se não posso, sofro”.
Qual o problema em sofrer um pouco para ser melhor daqui a pouco? Que graça existe em um cotidiano farto de opções, recheado de produtos, mas vazio em termos de união familiar e compromisso com a qualidade de vida? Os filhos querem comer com pressa para voltar logo para o videogame; os vizinhos trocam de carro quase todo ano; a moda muda demais e é preciso acompanhá-la. Onde está o seu genuíno e verdadeiro sonho? Nas expectativas dos outros ou nas suas decisões e ações?
Sonhar é só isso?
Ouço com frequência que hoje é muito mais fácil realizar sonhos. O que faz o brasileiro que sonha ter um carro? Cria coragem e vai até uma loja especializada, só isso. Ora, você chama isso de sonhar? Então me desculpe, mas há algo errado no sentido da meta alcançada, no verdadeiro desejo. Passamos a sonhar raso, fácil, como que para abrandar a dureza da vida que nos cerca. Faz sentido, mas não me convence.
Logo passamos a nos enganar, crendo e fazendo crer que a vida é só isso. Ter carro, casa, TV nova, celular moderno e roupa cara. Somos felizes porque podemos ter tudo agora? Abrir mão do legado, do futuro, não assusta: para muitos, a vida é muito boa, o consumo abre horizontes e o crédito virou sinônimo de realizar sonhos.
O que aprende o filho que vê essa realidade dentro de sua casa, vindo justamente de seus maiores heróis, seus pais? Se eles agem assim, deve ser porque assim é bom, inteligente e interessante. O ciclo se acentua enquanto, com ele, surgem novos produtos, mais serviços financeiros e opções instantâneas de felicidade.
A frustração? A paciência? A construção de patrimônio? As prioridades? Qualidade de vida? Tudo isso é papo furado, vindo de alguém que levou dez anos para comprar seu primeiro (e único) óculos Oakley. Vocês conseguem imaginar meu luxo com essas lentes? Para uns, um consumo banal; para mim, um sonho, um passo importante para uma vida repleta de mais sonhos, mas livre de dívidas, ansiedade e competição - não quero saber quem dos meus amigos comprou um desses primeiro ou qual deles tem mais óculos desta marca.
Confesso que eu geralmente tenho acesso às novidades com cinco anos de atraso. Quando as alcanço, muita coisa já mudou. Mas continuo feliz, realizado porque tenho tudo o que quero sem depender de ninguém. Isso mesmo, tenho tudo que quero, no devido tempo e com a devida prioridade. Entendo que adiar consumo para focar em qualidade de vida não significa ser sovina; trata-se, isso sim, de alimentar, com dedicação e paciência, verdadeiros sonhos. Recomendo a todos essa sensação.
E você, quanto tempo está disposto a esperar e aproveitar para construir seu caminho e realizar seus sonhos? Ou prefere manter-se no piloto automático e esperar que as coisas mudem e melhorem sem esforço? Vamos discutir mais e melhor o assunto no espaço de comentários abaixo?
Foto de sxc.hu.





Errei. E agora?

Shutterstock
“Errar é humano, perdoar é divino”. Legal, mas o que fazer quando a sua empresa erra feio? Como se explicar para os funcionários, investidores e clientes? Pedir desculpas e assumir o erro é a mais acertada das decisões. Foi o que aconteceu com a rede de varejo norte-americana J.C. Penny, que vendeu camisetas com a frase “Sou muito bonita para fazer lição de casa, meu irmão é quem faz pra mim” (I’m too pretty to do my homework so my brother has to do it for me”). O slogan pegou mal e acabou provocando indignações nas redes sociais e correntes de e-mails.  Pressionada, a empresa assumiu a inadequação da estampa, interrompeu as vendas e pediu desculpas.

Pensando em tornar situações como essa menos embaraçosas, o colunista Tim Donnelly, da revista Inc, elaborou algumas dicas que podem ajudar a salvar a sua reputação e tornar a sua empresa um exemplo a ser seguido.
Use as palavras certas
Termos como “desculpas” podem parecer sentimentais ou até mesmo sinais de fraqueza. Mas, segundo especialistas, quanto mais honesta for a posição da empresa, melhor ela se sairá. Outra coisa: pedir desculpas não implica culpa, mas confiança e posicionamento. Esclarecer o ocorrido com clareza e transparência, com vocabulários simples e de uma forma direta, também é uma boa pedida.
Faça uma abordagem mais pessoal
Evite notas formais e batidas, que parecem respostas automáticas. Desculpas pessoais mostram que a empresa de fato se preocupa com o que está acontecendo e que apurou de forma séria e responsável o episódio. Dependendo da situação, telefonemas e e-mails para cada cliente também podem funcionar.
Não perca tempo
Não demore para se desculpar. Quanto mais tempo for passando, maior será o número de reclamações e de insatisfeitos. A velocidade da reação da empresa será inversamente proporcional à repercussão do ocorrido.

Busque um final feliz

Não importa o que tenha acontecido, solucione o problema. Pouco adianta seguir as dicas anteriores se o erro não for reparado. Tomar a atitude correta é o primeiro passo para crescer. E se mesmo assim não for desculpado ou não souber como melhorar, pergunte: o que posso fazer por você?
Que um erro ensina mais que um acerto, todos nós já sabemos. É clichê, mas é verdade: o importante é aprender com a experiência e não repetir o erro. É difícil se lembrar de todos os dez que já tiramos, mas os zeros, estes não esquecemos nunca mais. Ainda bem!