segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Empreendedores que a violência não deixava aparecer

Programa em comunidades livres do tráfico oferece formação e incentivo para negociantes virarem empreendedores individuais

Rio - Não foram só os policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) que ocuparam comunidades dominadas pelo tráfico no Rio. A reboque da pacificação de áreas antes dominadas por bandidos, serviços que não eram oferecidos nessas regiões ficaram mais perto dos locais que têm Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). O programa Sebrae nas Comunidades Pacificadas tem foco na formação de trabalhadores e no apoio aos pequenos negócios que já existem nos locais, mas estão à margem da lei.

No Morro Dona Marta, por exemplo, o foco mais claro é o turismo. A comunidade já abrigou dois cursos de monitores de turismo e novas turmas serão abertas. No Pavão-Pavãozinho, na Ladeira dos Tabajaras e no morro da Babilônia aulas de atendimento ao cliente e técnicas do vendas vão alcançar pelo menos 240 pessoas. Reuniões e palestras também já foram organizadas, com apoio de lideranças locais, na Cidade de Deus e no Borel, na Tijuca.

Composta por várias fases, a ação do Sebrae começa com o levantamento dos negócios existentes, das necessidades de cada área e seu potencial. Palestras, atendimento individual, oficinas práticas e identificação de oportunidades são oferecidos gratuitamente graças à parceria entre entidades e governos.

Próximo passo

A legalização de empresas, que ficou mais fácil ano passado com a criação da categoria de Empreendedor Individual, ganhou fôlego extra com a realização, de segunda-feira até ontem, da Semana do Empreendedor. Para os novos empresários, o registro é motivo de orgulho e combustível para planos e sonhos.

“Faço condução escolar mas, com CNPJ, vou poder prestar serviço direto nas escolas e fazer excursão. Também vai dar para conseguir dinheiro para comprar outra van”, planeja Elizabeth Souza, moradora do Dona Marta.

Formiga, Andaraí, Providência, Salgueiro, Jardim Batan e Turano são as próximas comunidades a receberem o programa. “Conseguimos chegar onde não podíamos ir e isso é irreversível”, comemora Sergio Malta, superintendente do Sebrae-RJ. Para Edson Lupatini, secretário de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, a superação da violência comprova que o Estado consegue dar cidadania plena ao trabalhador independentemente de onde ele viva.

“O alcance da formalização nas comunidades foi surpreendente. A legalização movimenta a economia e desenvolve esses locais pelo lado social”, explica Lupatini. Marcia Tavares, presidente do Sindicato das Empresas Contábeis, celebra a iniciativa e destaca que o maior obstáculo até agora tem sido o desconhecimento sobre o Empreendedor Individual. Até o último dia 21, 626.142 pessoas se formalizaram no País.

Semana reforça legalização

Terminou com 2.360 novos empresários regularizados a Semana do Empreendedor, que turbinou os registros em todo o País. A média diária chegou a 10 mil. No Rio, o Sebrae, o Sindicato das Empresas Contábeis, a prefeitura e a Junta Comercial montaram duas tendas, uma no Centro e outra em Campo Grande, para atendimento.

Aos 18 anos, Luíza Ventura trabalha como iluminadora e decidiu se registrar: “Vou ter nota fiscal e fica mais fácil do que abrir empresa comum”. Jorge e Nadir têm um bar em Bento Ribeiro e conseguiram alvará e CNPJ e vão pagar menos de R$ 60 por mês. O acesso a crédito e a cursos foram alguns dos atrativos. “Vou ampliar mais e comprar de grandes empresas pagando menos do que seria como autônomo, por exemplo”, analisa.

Novidades no cadastro

Está previsto para 1º de janeiro o lançamento de uma nova versão do Portal do Empreendedor que vai simplificar mais ainda o registro, que já está mais resumido desde fevereiro deste ano. A emissão de nota fiscal de serviços e de produtos também deve ficar mais prática.

De acordo com Edson Lupatini, do Ministério do Desenvolvimento, Sebrae e Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) firmaram convênio para incluir funções no site que permitam alterar dados previamente informados e cancelar a inscrição sem custo e sem burocracia. Atualmente é preciso ter a ajuda de um contador e pagar taxas para deixar de ser empreendedor. As facilidades necessitam de aval por lei que tramita em Brasília e precisa ser aprovada até o fim do ano.

Tome nota

DONA MARTA
Recebeu duas edições do curso de monitores de turismo, mas terá novas turmas em novembro. A comunidade também teve atendimento presencial, palestras, eventos de formalização e consultoria “Me formalizei, e agora?”. Está em andamento o trabalho de “empreendedorismo social”, em que a entidade estimula ações associadas como a oficina de criação com artesãos.

CIDADE DE DEUS
Realizou o evento Empreendedor Legal e, desde janeiro, já legalizou a situação de 700 empresas. Há muito interesse na palestra “Me formalizei, e agora?”, que já teve duas edições e há mais marcadas . Tem um grupo de costureiras chamado ‘Osami’, que recebe consultoria para gerar emprego e renda. Com o estímulo e apoio recebidos, começou a desenvolver uma coleção para participar de desfile de moda do circuito oficial em 2011.

PAVÃO-PAVÃOZINHO
Pelo menos 93 pessoas se formalizaram a partir dos primeiros contatos com o programa do Sebrae-RJ. A comunidade já teve uma palestra sobre Empreendedor Individual. Hoje, a Associação Comercial ajuda no registro dos interessados. O próximo passo será oferecer consultoria gratuita e cursos sobre gestão empresarial.

CHAPÉU-MANGUEIRA
As ações ainda dão os primeiros passos com reuniões de apresentação e palestras explicando a categoria de Empreendedor Individual. Em seguida, está prevista a oferta de cursos, novas palestras e evento de formalização.

BOREL
Pelo menos 150 pessoas regularizaram sua situação no evento Empreendedor Legal na comunidade. Outras atividades estão previstas como palestras de capacitação e de esclarecimento para ampliar o alcance das formalizações.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Me dá um dinheiro aí… Me dá um dinheiro aí

“Não é nada fácil montar um negócio. Ninguém consegue nada sozinho. Tem que jogar no coletivo, criar redes.” A dica é de Fabiano Gallindo, especialista em inovação do Sistema FIRJAN, durante o primeiro “Momento IEL” (dia 25), do Reality Show Faz Aê. O executivo explicou para os participantes do programa que existem muitas linhas de crédito disponíveis para incentivar a inovação, muitas delas não-reembolsáveis. “O InvestRio, por exemplo, tem muito dinheiro. Eles estão até com dificuldade de gastar. É um problema bom para vocês”, brincou. 
Gallindo contou um case de uma empresa que tinha um produto super inovador mas, na hora de apresentar o projeto para o BNDES, os empresários justificaram que o apoio era para comprar um imóvel na Urca. “Foi por isso que eles perderam a ajuda. Tem que saber justificar. Tudo tem que ser muito bem explicado”, disse, lembrando que o Brasil dispõe de muitas linhas de crédito, que não existe necessidade de buscar apoio internacional.
Outra oportunidade para os empresários é o Prime, da Finep. O edital sairá no início de 2011 e prevê um investimento de R$ 120 mil para ser usado em gestão. “O dinheiro só poderá ser usado para pagar capital humano externo. Se a empresa receber este dinheiro e bater a meta de faturar R$ 300 mil em um ano, ela recebe novamente R$ 120 mil no ano seguinte”, explicou.
Para quem tem projetos de até R$ 500 mil, a dica são os editais da Faperj, que saem anualmente no mês de julho. A maioria deles são não-reembolsáveis. “A FIRJAN também oferece alguns apoios. Os editais são publicados no site, mas em breve sairá um periódico sobre inovação”, completou.
O Momento IEL acontece duas vezes por semana e prevê troca de experiências entre os participantes do Faz Aê e executivos/empresários que já estão no mercado.

Natal e Ano Novo: o lado emocional das compras e as dívidas

Posted: 23 Nov 2010 03:58 PM PST

Final do ano, momento de euforia coletiva onde o foco são as compras de Natal. O entendimento de como funciona nosso comportamento econômico, principalmente nesse período, é importante para não cairmos nas costumeiras ciladas na hora das compras e então contrairmos dívidas significativas para o próximo ano. Ninguém quer começar o ano devendo, não é mesmo? O que fazer? Como agir?

O ato de comprar tem um objetivo claro que é a satisfação das necessidades racionais e/ou emocionais resultantes de sensações internas, como a fome ou o apelo psicológico, e de estímulos externos, como o poder exercido pela propaganda ou por uma data especial a ser comemorada.

Algo que precisa ser avaliado é a empolgação momentânea. Quando nos colocamos diante da possibilidade de compra, o imediatismo (sentimento comum nos seres humanos) nos coloca no piloto automático e surge a vontade de satisfazer o desejo “na hora”; e assim é que arrumamos muitas justificativas para adquirir aquele produto.

Em tudo há emoção e ela não pode se dissociar da razão. Logo, o importante é manter o equilíbrio entre elas. O comportamento mais saudável para nosso financeiro é examinar as alternativas de compra, discutir sua real necessidade e negociar. Uma dica básica é se perguntar: eu preciso disto agora ou eu posso deixar a compra para outro dia?

A psicóloga econômica Vera Rita Ferreira cita três ciladas comuns em que o consumidor costuma cair:

Contabilidade mental: o indivíduo faz um cálculo mental de suas despesas sem se dar conta de que já comprometeu até seu 13º salário com as compras de final de ano;
Empolgação momentânea: essa é a cilada mais comum. Não temos consciência da necessidade de planejamento e deixamos nos levar pela máxima “eu mereço”;
Presentes para os filhos: é uma cilada em que os pais caem com freqüência. O sentimento de culpa pela ausência física ou mesmo pela falta de afeto levam os pais a cederem aos desejos dos filhos. Compensam a frustração dando presentes caros.
Esses são aspectos importantes do comportamento humano que não são percebidos em virtude do ritmo acelerado imposto pela atualidade. Eles provocam um impacto quase sempre negativo no financeiro da família. A alegria das compras pode virar uma preocupação desagradável.

Para ter um final de ano mais equilibrado financeiramente é preciso colocar em prática algumas atitudes simples e fundamentais. A programação para as compras é o primeiro passo. Reúna a família, liste as necessidades de cada um e defina as prioridades. O ideal é iniciar as compras meses antes do Natal, diluindo assim as despesas.

Outro ponto que nem sempre é lembrado são as gastos que surgem em janeiro, como os impostos obrigatórios (IPVA, IPTU etc.), a matricula e o material escolar, dentre outros. Somente os cálculos mostrarão o poder de compra da família. Rever nossos hábitos de consumo e envolver a família em um planejamento focado no final do ano traz ótimos resultados, em vários sentidos. Experimente você também.

Crédito da foto para freedigitalphotos.net.
Este artigo foi escrito por Bernadette Vilhena.
Pedagoga empresarial, consultora em diversas instâncias da prática educativa nas empresas e autora do livro "Dinheirama" (Blogbooks). Especialista em Gestão de Pessoas e estudos nas áreas de Ergologia, Gestão do Conhecimento e Educação no trabalho.


terça-feira, 23 de novembro de 2010

IV Seminário de Empreendedorismo do IEL-RJ -

A   equipe da CredConf Contabilidade está sempre se atualizando para melhor serví-lo. Nós participamos. Confira!!         
Conteúdo das palestras do IV Seminário de Empreendedorismo do IEL-RJ já está no ar
IV Seminário de Empreendedorismo do IEL-RJ, que aconteceu no último dia 17 de novembro na Sede da Firjan, no centro do Rio, foi um sucesso. Cerca de600 pessoas ouviram cases de várias empresas inovadoras e se inspiraram com as histórias e lições de grandes jovens empreendedores.
Os empresários mostraram aos jovens e futuros empreendedores que compareceram ao evento que não basta ter uma ideia. É necessário ter perseverança e ousadia para colocá-la em prática. As histórias de sucesso não vieram sem trabalho, pelo contrário, foi preciso muito esforço e dedicação.
Se você perdeu o Seminário ou quer relembrar os cases, agora pode ter acesso exclusivo aos slides das palestras dos empreendedores Bruno Grossman (Yoggi),Fábio Lewin (Coco Legal), George Braile (Juçaí e Epicuro), Michel Jager (Koni Store) e Marcelo Sales (Movile) pelo nosso perfil no SlideShare.
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