
A ideia para a pesquisa nasceu ainda nos anos 90, quando uma das pesquisadoras, Helena Yli-Renko, notou uma tendência entre pequenas empresas finlandesas de telecomunicações em batalhar por contratos com a gigante do setor Nokia, deixando de lado outros clientes menores. “Por fim, o que descobrimos é que a dependência de um cliente-chave tem, de fato, um impacto positivo para que a carteira de clientes continue crescendo”, disse Helena à Inc.
Para isso, alguns fatos devem ser levados em consideração.
A quem interessa o seu cliente. A principal coisa a se considerar em um negócio que será baseado em apenas um ou dois clientes é quem são estes clientes. Fornecer produtos ou serviços para uma companhia de porte, seja uma Apple, uma GM ou uma Petrobras, garante reputação à jovem empresa no mercado. “As outras empresas pensarão: ‘se a GM usa esse cara, nós também podemos usar’”, explica Helena.
Bons clientes são grandes referências – e bons padrinhos. Fornecer para uma grande empresa pode ser também uma forma de conhecer novos contatos. Helena cita o exemplo de um jovem imigrante indiano que, ao abrir uma pequena companhia de desenvolvimento de sites em Nova Jersey, focou os negócios na exclusividade e conseguiu um contrato com uma das maiores companhias de TI da região. O resultado foi que a própria companhia o apresentou para outras áreas internas e para outros clientes também, ampliando assim os seus negócios.
Mais confiança, e menos burocracia. Um dos erros mais recorrentes que os pesquisadores notaram ao longo dos seis anos de pesquisa foi um afobamento dessas pequenas empresas conforme a dependência de seu cliente-chave cresce. “Os empreendedores tendem a se preocupar e a exigir mais e mais contratos”, disse Helena. “Isso é um erro. Claro que é importante estruturar boas bases contratuais, mas o bom gestor saberá construir uma relação na base da confiança.” Na prática, isso significa estar flexível a renegociar contratos e acomodar pedidos e exigências diferentes conforme a situação.
Encontre o equilíbrio perfeito. Ter um grande cliente é bom; mas depender apenas dele é perigoso, de fato – qualquer problema que ele venha a ter leva o negócio inteiro junto. Uma vertente mais ortodoxa de especialistas alerta para o fato de que é necessário equilibrar os esforços entre agradar esses clientes-chave, por um lado, e não deixar de alimentar outras fontes de renda, por outro. O ideal é que não mais que metade da receita venha de apenas uma empresa, por mais atraente e sólida que ela possa parecer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário