O vídeo acima tem uma proposta
simples: assista e conte quantas vezes os integrantes da equipe branca passam a
bola entre si. Na primeira vez que eu assiti, prestei bastante atenção e contei
17 passes. Estava errada: foram apenas 15. O pior veio depois – se ainda não
assistiu, pare por aqui e clique no link acima antes de continuar a ler.
Após mostrar o resultado, o narrador
pergunta: “Mas você viu o gorila?”. Nesse momento, quase caí da cadeira. “Que
gorila?!?” Se a sua experiência foi parecida, não se preocupe: a maior parte
das pessoas não enxerga uma pessoa vestida de gorila desfilando no meio do
vídeo, concebido por Daniel Simons e Christopher Chabris. Por uma razão muito
simples: nossa percepção do que vemos é falha. Na maior parte do tempo, vemos
apenas aquilo que queremos ver, ou aquilo que estamos acostumados a ver.
Foi dessa maneira que começou a palestra do psicólogo e economista israelense Dan Ariely, na noite de ontem, em sessão especial do HSM Expo Management 2012. O objetivo de Ariely, que é professor de Economia Comportamental no Massachusetts Institute of Technology (MIT), era mostrar o quanto nossas percepções do mundo estão erradas na maior parte do tempo. O vídeo foi apenas um dos muitos exemplos de quanto nossos olhos (e ouvidos) nos enganam (se quiser ver mais, acesse www.danariely.com).
Foi dessa maneira que começou a palestra do psicólogo e economista israelense Dan Ariely, na noite de ontem, em sessão especial do HSM Expo Management 2012. O objetivo de Ariely, que é professor de Economia Comportamental no Massachusetts Institute of Technology (MIT), era mostrar o quanto nossas percepções do mundo estão erradas na maior parte do tempo. O vídeo foi apenas um dos muitos exemplos de quanto nossos olhos (e ouvidos) nos enganam (se quiser ver mais, acesse www.danariely.com).
O problema, segundo Ariely, é que
agimos baseados em coisas que acreditamos ser certas. Boa parte das nossas
percepções estão relacionadas com vivências anteriores, com o modo como nos
relacionamos com o ambiente e com o estado de espírito em que nos encontramos
num dado momento. No caso do vídeo acima, o espectador assume que se trata de
um teste matemático. O dado inusitado passa despercebido porque não era
esperado, e a nossa percepção não está treinada para esse tipo de surpresa. Não
estamos acostumados a prestar atenção a todas as informações à nossa volta. Em
vez disso, filtramos os dados e focamos apenas no que nos interessa naquele
instante.
E o que isso tem a ver com os
negócios? Tudo. A economia tradicional parte do princípio de que as pessoas
tomam decisões (de gestão ou de consumo, tanto faz) de maneira racional,
baseadas nas informações que têm à mão. Na visão de Ariely, as pessoas tomam
decisões de maneira irracional, com base no que percebem como sendo “certo”.
Essa percepção, diz o especialista, está firmemente baseada no que elas já
conhecem, já estão acostumadas. As pessoas, diz ele, resistem bravamente à
qualquer tentativa de mudança. Por isso mesmo, podem repetir dezenas de vezes
os mesmos erros, e continuar acreditando que estão agindo certo. Costumam
chamar isso de “seguir a própria intuição”.
“Esqueça a sua intuição”, diz
Ariely. “É bem provável que ela esteja errada.” Para ele, o único jeito de
tomar boas decisões nos negócios é testar, experimentar, inovar. “Duvide de
tudo que você sabe ou acha que sabe”, diz. “Experimente algo inusitado, tome
uma atitude inesperada e observe os resultados: você vai perceber que boa parte
das suas percepções sobre o que era certo estavam erradas.” Que tal começar
agora? Reavalie todas as decisões que tomou recentemente nos negócios e pense
se poderia ter feito algo diferente. Faça uma reunião e peça para as pessoas
pensarem fora da caixa. Tente ver sua empresa sob um ponto de vista totalmente
novo – assuma o lugar do concorrente ou de um investidor, por exemplo. Esqueça
todas as ideias pré-concebidas e siga por um caminho novo. Caso contrário, você
corre o risco de não ver o gorila no meio da sala.
Fonte: Blog Papo de Empreendedor
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