por Anderson Hernandes*
Apple, Google, Microsoft, Petrobrás, Grupo Pão de Açúcar e Receita Federal. O que todos esses nomes têm em comum? Todos são “empresas”. Não se espante, o fisco hoje é administrado e gerido como uma empresa e a seguir vou expor os motivos que levam a essa comparação.
Foco no faturamento
A cada dia o fisco busca vorazmente aumentar seu faturamento, ou seja, sua arrecadação tributária. Os números mostram que a sua estratégia tem sido bem sucedida, pois aumenta a cada novo período e suas metas tem sido superadas a cada nova publicação de resultados.
Foco nos produtos
Como qualquer empresa o fisco possui “produtos”, com estratégias e equipes especializadas para cada um deles. Os produtos do fisco são os tributos e basta que um produto diminua seu faturamento que outro surge uma nova estratégia ou novo produto. Além disso, o fisco possui uma equipe de agentes treinados para detectar irregularidades e aumentar ainda mais a arrecadação.
Foco nos Recursos Humanos
Pense numa empresa desejada para se trabalhar, com boa remuneração, pacotes de benefícios e estabilidade. Nessa empresa conseguir uma vaga exigirá muito tempo de estudo e dedicação devido à concorrência acirrada. Uma empresa que tem férias garantidas, todos os feriados são bem disfrutados e, além disso, possui um plano de carreira invejável. Essa empresa é o fisco.
Suporte Jurídico
Toda empresa de grande porte precisa de um excelente time de advogados para defender seus interesses. Será que existem dúvidas que o fisco tem uma equipe de advogados de qualidade a sua disposição?
Foco no Endividamento
Pense numa empresa que cobra altas taxas de juros, e que é credora de milhões de outras empresas e pessoas físicas. As dívidas dos seus devedores muito provavelmente nunca serão quitadas, mesmo assim ela não tem problemas de caixa. Pensou em um banco? Não, essa empresa é o fisco.
Tecnologia de ponta
A Receita Federal com o T-Rex, um supercomputador que leva o nome do devastador Tiranossauro Rex, e o software Harpia, ave de rapina mais poderosa do país, tem a capacidade de aprender com o comportamento dos contribuintes para detectar irregularidades e permite cruzar dados de milhares de fontes diferentes de modo a ganhar produtividade e eficácia operacional. O investimento e a tecnologia que o fisco possui hoje são invejáveis para qualquer empresa do Brasil.
Ampla audiência na web
O site do fisco é tão visitado que foi separado por sítios de assuntos e reúne as principais informações fiscais para pessoas físicas e jurídicas. Aliado a nova estratégia de hospedar as informações dos seus “clientes” em Cloud Computing, o acesso só vai aumentar, gerando ainda maior publicidade. Para exemplificar, o termo “Receita Federal” tem mais de 11 milhões de apontamentos de pesquisas no Google, o dobro do termo “Casas Bahia”. Ainda existe dúvida da audiência do fisco na internet?
Estratégias de Guerrilha
Toda empresa tem concorrência e isso não é diferente com o fisco. Mas a cada dia, ele tem se mostrado ainda mais eficaz no combate a concorrência desleal, ao caçar sonegadores que erroneamente acreditam que são capazes de vencer o fisco. Cada grande conquista é comemorada e tem ampla cobertura gratuita da mídia, tornando um referencial para ações futuras.
Maior CRM do Brasil
Um banco de dados com todas as informações de seus clientes. Onde, quando e no que gastam, quanto, onde e quando ganham. Um banco de dados capaz de dar informações precisas sobre os hábitos de consumo de seus clientes, informações pessoais e familiares sobre as escolhas por viagens, veículos, moradia, educação, alimentação, vestimenta, enfim toda e qualquer informação pode ser rastreada neste banco de dados. Que empresa tem tamanho detalhamento de informações sobre seus clientes?
Com plena certeza, essa é a empresa fisco federal!
* Anderson Hernandes é empresário contábil, escritor, palestrante e especialista mercado contábil.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Desconto em compra coletiva: pesquise antes de comprar
![]() O grande atrativo desses sites é oferecer produtos por, no mínimo, 50% de desconto. Fascinados por descontos tão agressivos, muitos consumidores não exitam em clicar no botão “Comprar” quando veem uma oferta que lhes agradam, sem se importar em pesquisar se o desconto oferecido é realmente verdadeiro. O propósito deste artigo é mostrar algumas ofertas recentes (todas retiradas de grandes sites) com descontos que não condizem com a realidade. Assim, espera-se que você ao menos faça uma pesquisa antes de efetuar a compra. 50% a 90% de desconto em compra coletiva! Será?Para ilustrar a realidade de algumas ofertas, selecionei três produtos oferecidos recentemente pelos sites Groupon e Clickon: GPS Tomtom One, Câmera digital Samsung PL20 14.2 Megapixels e HD externo portátil Samsung 500Gb. A oferta do GPS prometia um desconto de 50%, onde o produto estava de R$ 499 por R$ 249. Parece interessante, não? Mas uma rápida busca pela internet mostra que o mesmo produto é vendido na Saraiva (loja confiável) por R$ 279. Realmente o preço do GPS na oferta é melhor que o preço da Saraiva, mas isso representa um desconto de apenas 11%, muito longe dos 50% prometidos. Já a oferta da câmera digital é ainda mais preocupante. Enquanto o site prometia 55% de desconto (R$ 699 por R$ 314), é possível encontrar o mesmo produto pela internet por até R$ 229! Alguns podem dizer: mas a loja que vende por esse preço não é conhecida. E a OK Compras (que oferece o produto no Groupon) é? Ainda assim é possível encontrar o produto na Ricardo Eletro por R$ 389, o que representaria um desconto inferior a 20%. Por fim, vamos à oferta do HD externo portátil no Clickon, vendido pelo Walmart. Enquanto o site promete um desconto de 50% (R$ 299,99 por R$ 149,99), é possível encontrar o mesmo produto no Submarino por R$ 179. Ou seja, o desconto seria de apenas 17%. ConclusãoÉ inegável que os sites de compras coletivas oferecem bons preços. Mas devemos ficar atentos à veracidade dos descontos oferecidos. Às vezes a diferença é tão pequena que não vale a pena comprar por impulso, apenas para aproveitar aquela “oferta imperdível“. Será que você compraria determinado produto se o desconto fosse de apenas 17%, como no caso do HD externo? Não? Pois saiba que mais de 2400 pessoas compraram. É difícil estimar quantas compraram apenas pelo impulso e quantas realmente precisavam do produto, mas fica claro que a vantagem não era tão grande quanto o prometido. Para finalizar, é importante saber que boa parte dos produtos são “pontas de estoque”, seja por estarem tecnologicamente defasados, terem poucas vendas ou até por serem de uma cor extravagante, como foi o caso do HD externo (rosa). Nesses casos, seriam produtos que naturalmente entrariam em descontos nas lojas. Basta pesquisar. |
5 lições de marketing inspiradas em Lady Gaga

(Foto: vipflash/Shutterstock.com)
Fãs de músicos costumam formar comunidades em torno de seus ídolos. E muitos desses grandes artistas entendem a importância dessa rede de pessoas não só para seu sucesso comercial mas também para a evolução do seu trabalho. Segundo o colunista da FastCompany Louis Marino, que trabalhou na indústria da música antes de atuar com marketing, a cantora Lady Gaga personifica esse conceito.
Ela mantém uma atuação pesada - e autêntica - nas redes sociais, com milhões de seguidores. Valoriza sua comunidade de fãs. E, por isso, as estratégias de marketing direcionadas ao consumidor final têm bastante a aprender com a artista. Marino elencou cinco lições (veja aqui o texto original, em inglês) que podem ajudar empresários a criar e engajar uma comunidade de “fãs” em torno da sua marca. Confira.
1. Mire indivíduos que pensam como você. Em vez de se concentrar em um gênero ou em uma etnia, envolva os consumidores em torno de um interesse em comum – como música. Se você entrega uma experiência ótima, relacionada a algo pelo qual os clientes são apaixonados, eles compartilham esse fato com sua comunidade e iniciam um grande movimento com a sua marca.
2. Seja vulnerável. Parte da ligação entre Lady Gaga e seus fãs se deve a um sentido de vulnerabilidade compartilhado entre eles – são todos “outsiders”, seja agora ou quando eram mais jovens. Portanto, eles têm de formar um grupo para pertencer a uma tribo. Quando as marcas são sinceras sobre aquilo que realmente representam, atraem consumidores dedicados.
3. Trate os consumidores como seus chefes. Lady Gaga valoriza e honra seus fãs. As marcas devem fazer o mesmo. Se os sonhos dos clientes viram a sua missão, eles se concentram em torno da sua marca, desenvolvendo uma comunidade poderosa.
4. Crie uma experiência coletiva. Isso é fácil com as mídias sociais, mas é preciso ser eficaz. Os artistas querem os fãs no seu dia a dia tanto quanto os fãs querem seus ídolos. Twitter e Facebook podem permitir que os consumidores sintam-se parte de um grupo relacionado à marca.
5. Melhore a empresa por meio da comunidade. Muitos bons artistas acreditam que são melhores por causa de seus fãs. Essa deve ser a missão de todas as empresas: melhorar seus produtos ou serviços por causa dos seus clientes.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
É preciso saber ensinar para se aprender
Na edição de julho, a revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios lançou a pergunta: empresário precisa estudar? A reportagem responde de modo bem completo à questão. Mas esse tema também se encadeia em outras discussões. O capítulo seguinte seria algo como: de que modo deveria ser o ensino empreendedor? Entrevistei um startapeiro, ele próprio estudante universitário, que deixou um depoimento muito rico, no qual contrapõe teoria e prática, ou seja, qual a aplicabilidade das aulas no mundo real. Diego Reeberg, 23 anos, lançou junto com Luis Ribeiro, 20 anos, o site de crowdfunding Catarse em janeiro de 2011. O ponto de partida da startup remonta a nove meses antes, quando o grupo elaborou um plano de negócios a partir de ideias discutidas em disciplinas de empreendedorismo na faculdade. Mas, na visão do jovem empresário, há muito que se avançar ainda na questão do ensino do tema. É um assunto polêmico. Mas creio que a experiência de Diego possa acrescentar muitos pontos importantes na discussão. Leia a transcrição do depoimento: “Cursei três disciplinas relacionadas a empreendedorismo. As duas primeiras tinham um caráter de mostrar ao aluno que, além dos tradicionais empregos em grandes corporações, bancos de investimento e consultoria, há também outra opção: empreender. A dinâmica era ter ideias, juntar um grupo, preparar um plano de negócios e apresentar aquela ideia no final do curso. A princípio parece algo interessante, mas, na minha visão, há uma sucessão de falhas desse formato de ensino: Pensar o empreendedorismo como ‘uma disciplina a mais’. Não dá. Empreendedorismo poderia ser o foco principal de uma faculdade, como é em Babson ou em Stanford. De que adianta eu querer empreender se eu tenho mais oito disciplinas que não se relacionam com o assunto? Fica difícil pensar em empreender se eu tenho que me preocupar com a prova de cálculo. O modelo de ensino em que os alunos aprendem a empreender na prática me parece muito mais útil. Ficar um ano desenvolvendo um plano de negócios (e, relembrando, cheio de outras atividades para serem feitas) não parece a melhor maneira de ensinar e motivar alguém a empreender. Na experiência que eu tenho em seis meses desde a criação do Catarse, nosso modelo de negócios é um constante aprendizado. Se tivéssemos feito um plano lá no início, seria apenas um amontoado de papéis descartados. A dinâmica hoje é muito rápida, ainda mais pra um negócio inicial (lógico, eu falo isso da perspectiva de alguém que tem um negócio na web. Se eu quiser empreender em uma fábrica de chocolates, uma análise um pouco mais demorada e elaborada faz sentido). A gente é muito pouco incentivado a ver as coisas na prática. Se sua ideia é de internet, vá passar uma semana colado em um empreendedor da internet, não ficar pesquisando no Google. Se sua ideia é a de uma fábrica de sapatos, vá para Franca ficar no pé de um empreendedor que já vivenciou isso. Acabamos fazendo o trabalho desse curso com um embrião do que viria a ser o Catarse. Mas, lógico, tinha que ter um plano financeiro, mostrar perspectivas de ganho e tal. Todos os números chutados. Planos, planos e planos, sem nada muito concreto. Ficou bonito de se ver, mas não é o que acontece na prática. Sobre o começo do Catarse, nós nos juntamos em abril de 2010. Eu e mais quatro colegas de turma. Era um grupo que queria fazer algo diferente, que não queria empregos em bancos de investimento e grandes empresas. Discutíamos semanalmente ideias que tínhamos tido, mas nada era realmente empolgante/apaixonante. Como queríamos fazer algo logo, deixamos de lado nossas ideias e fomos buscar novos modelos de negócio que estavam dando certo fora do Brasil. Aí a gente conheceu o site americano Kickstarter (referência mundial em crowdfunding) e resolvemos que era esse negócio que queríamos trazer para o Brasil. Fomos atrás de abrir empresa, contratar advogado, programador. E descobrimos que não tínhamos aprendido nada disso na faculdade. Muitas coisas básicas sobre empreender a gente não aprende na faculdade. Pensa-se em ideias fabulosas, planos estratégicos, planos financeiros, mas eu não sei como eu faço para escolher um contador. Fomos aprendendo errando (e, lógico, perdendo dinheiro com isso). Alguns meses depois, 3 dos 5 amigos não ficaram mais na ideia (viram que ela não empolgava tanto assim), enquanto eu e o Luís Ribeiro continuávamos apaixonados por ela. Poucos meses depois, por causa de um amigo intermediário, conhecemos o Daniel Weinmann, de Porto Alegre, que veio a ser um dos sócios-desenvolvedores do Catarse. Isso foi no final de outubro do ano passado. Uma semana depois começamos um blog, para articular uma comunidade em torno de um assunto muito pouco falado no Brasil. Dois meses depois, lançamos uma das primeiras plataformas de crowdfunding do Brasil.” |
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